Pedro Morais é MPopB contemporânea, diz crítico musical.
“Deixa
a luz entrar no escuro
Que você vai ver o caos se extinguir
Pense além do próprio muro
Que a vida vai ser muito mais feliz”.
Os primeiros versos
proferidos pelo timbre suave, sublinhados por guitarras com leves distorções
pontuais, soam mais como convite que música. Essas e as palavras que as
sucedem, para o próprio autor e cantor das mesmas, são as contadoras da
história do disco para o qual a canção “Para
Repetir” faz as vezes de anfitriã. E, apesar do nome “Vertigem”,
as 11 faixas que compõe o trabalho de tal nome são o oposto do peso que essa
sensação carrega. Permeado por simplicidade e leveza, o terceiro álbum de Pedro
Morais traz o cantor e compositor mineiro sem padronizações ou
pré-definições. Apenas música brasileira, fruto inegável da MPB, mas que
subverte a forma e cria a própria identidade.
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Capa do CD Vertigem, de Pedro Morais.
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Uma característica é o conteúdo denso e dançante. Vertigem provoca uma dança,
em balanços mansos, suaves, rodantes em meia-lua, como no reggae. É diferente
do bate-estaca que se vê por aí. E provoca reflexões sobre a vida em movimento,
a fé, o amor pleno, o passageiro e o eterno, sobre o presente e o futuro. E
muita luta como instiga a música "Ê Camarada".
Mas, propõe o amor de mansinho, bem devagarinho, no belo poema de Mário
Quintana, Bilhete, musicado de forma magistral e arranjos que completam a obra.
Perfeito! diria um jovem arrepiada.
A história começa com o Festival
Música Pra Todo Mundo que,
com o crivo do público através de uma votação virtual, escolheu 4 artistas
entre 30 para gravarem um disco cada, com direito a toda estrutura de estúdio,
distribuição física e digital. De uma forma ou de outra, o sucessor de “Pedro
Morais” (2005) e “Sob o Sol” (2010) sairia em breve, mas o gosto de
coletividade vindo do apoio de novos e velhos fãs – que surgiram no boca a boca
que a internet proporciona, foi melhor do que o esperado.
Junte isso a parcerias por todos os lados, que se
mostraram fundamentais para a concepção de“Vertigem”. Gustavo Ruiz,
responsável pela produção, é quem ajudou Pedro a podar quando devia, ao mesmo
tempo em que auxiliou a enxergar potencial em fragmentos que ele julgava não
possuir força. Esse foi o caso da densa e melancólica “O Grão”, que quase não entrou entre
as 11.
Nas composições, o trabalho em conjunto, que aparece em diversas faixas, foi
essencial para a prática do desapego e para a construção de composições que
buscam gerar imagens através das palavras. Como na faixa-título, cuja força não
se exprime apenas na sonoridade, mas também nas simples palavras ditas no
refrão – e que, com a devida atenção, são capazes de desenhar com linhas
precisas o que é passado ao ouvinte.
Na balança, a outra parte que forma esse manto de bons
encontros é a banda que acompanhou Pedro nas gravações ao vivo – formato que,
aliás, nunca havia sido experimentado pelo mineiro, e pelo qual tomou gosto.
Apesar das diferenças, “Vertigem” possui uma linguagem com um fator em
comum do começo ao fim. E essa linha que se amarra ao longo dos quase 50
minutos de álbum é creditada a cada um dos músicos presentes – além, claro, do
próprio Pedro e Gustavo: Dustan Gallas (guitarra), Lucas Martins (baixo), Samuel
Fraga (bateria) e André Lima (teclado).
As harmonias, os arranjos e cada acorde ouvido são frutos
de um trabalho coletivo daqueles que dividiram o mesmo teto – no caso, o
estúdio, onde tudo foi gravado, e a casa do produtor, onde as músicas foram antes
apresentadas aos envolvidos. Assim pode se dizer de “Ê Camarada!”, que vem logo
após a faixa densa supracitada, e tem uma cara mais brasileira, flerta com
funk-groove e rap, mas não deixa de parecer parte do mesmo conjunto - a música,
aliás, ganhou remix, que vem como faixa-bônus. Ou em “Nuvem”, que traz a voz macia
da musicista mineira Juliana Perdigão, única participação do disco, cuja
melodia etérea também contrasta com algumas das outras composições.
Assim como “Vertigem” foi concebido, Pedro Morais entrou na
música de forma orgânica e natural. Sua vivência com o bandolim logo quando
criança o levou à descoberta – por insistência do pai – de sua voz, que se
somou à experiência, ainda adolescente, tocando na noite de Belo Horizonte.
Quando foi perceber, já vivia de música. Decidiu então também se formar
academicamente na área e o resto é história.
O ponto é que tudo soa tão bem costurado que, ao final da
mesma primeira canção que abre o disco e esse texto, Pedro canta, quase como
conselho, quase como previsão: “Ouça
a voz que pulsa dentro/ Fique à vontade para repetir”.
Texto/release para divulgação com algumas alterações.
Quem é Pedro Morais
Pedro Morais nasceu em Belo Horizonte, há 32 anos. Viveu
sua infância e parte da adolescência em Minas Novas, no Alto Jequitinhonha, no
nordeste de Minas. Cresceu em um ambiente musical, ouvindo, cantando e tocando
MPB, músicas de serestas e os sons das congadas da Festa do Rosário ou da banda
de taquara.
Começou a tocar bandolim e depois violão, aos 8 anos.
Participou de grupo de chorinho e serestas da cidade, além da participação em
festivais de música pelo Vale do Jequitinhonha afora.
Aos 15 anos, Pedro retornou a Belo Horizonte, determinado
a seguir o seu destino de músico inquieto e criativo. E começou a também
cantar, descobrindo a sua bela voz. Com novas experiências de bandas de rock e
MPB, foi formatando um caminho, criando uma identidade na cena musical
mineira.
Pedro Morais ganhou o Festivale de Medina, em 2001,
participou do Festur de Turmalina. Já realizou shows em cidades do Vale do
Jequitinhonha como Minas Novas, Turmalina, Capelinha, Carbonita, Virgem da Lapa
e Diamantina; e outras diversas cidade de Minas, principalmente em Belo
Horizonte. Mas, vem se espalhando pelo Brasil, no Rio de Janeiro, São Paulo,
Salvador, Recife e Fortaleza.
Elogiado pelos colegas de geração, sempre trabalhando de
forma solidária e coletiva, tem aparecido em diversos shows da turma do Clube
da Esquina como Lô Borges, Flávio Venturini e o consagrado Milton Nascimento
que o apontou como a nova revelação da música mineira e brasileira.
Forma com os amigos e parceiros Kadu Vianna, Flávio
Henrique e a cantora Mariana Nunes, o Quarteto Cobra Coral, grupo afinadíssimo
com o que há de melhor na música nacional.
Pedro Morais vem criando um público fiel e presente nos
seus shows, sempre lotados, assim como na participação ativa nas redes sociais.
Foram justamente os seus fãs que o levaram a ficar em segundo lugar, na votação
digital popular, no Festival Música Pra Todo Mundo, promovido pela Oi, em 2011,
em uma disputa que participaram 30 artistas da nova música brasileira.
Leiam o que o crítico musical Antônio Carlos Miguel, de O
Globo, escreveu sobre a música de Pedro:
Não sei o que isso significa mas a música
de Morais é interessante e volta ainda mais nesse “Vertigem”, que foi produzido
por Gustavo Ruiz em Sampa, com gente da cena atual que toca com Céu, Arnaldo
Antunes e cia: Dustan Gallas (guitarras), Lucas Martins (baixo), Samuel Fraga
(bateria) e André Lima (teclados). É MPopB contemporânea e ainda com um frescor
que veteranos no setor como Arnaldo Antunes, Lenine e cia há muito perderam. É
a impressão que deixaram canções como “O amanhã”, “Vertigem” (ecos psicoBeatles
no arranjo e instrumental), ”Liga”, “Bilhete”, “O grão”… e que
continuarão sendo ouvidas.
Conheça, ouça e sinta as músicas do novo CD de Pedro
Morais:
Serviço:
· Show musical de Pedro Morais
Lançamento do CD Vertigem
· Data: 05.11.13
Local: Teatro Bradesco
Rua da Bahia, 2.244
- Lourdes
Belo Horizonte/MG
Ponto de Venda Sem
Taxa de Conveniência:
Bilheteria Teatro Bradesco.
Horário de Atendimento:
Domingo a Quinta, das 12 às 20h; Sexta e Sábado,
das 12 às 22h.
Preço: R$ 30,00
Meia Entrada: Menores de 21 anos, Idosos acima de 60 anos e
Estudantes, mediante apresentação de documento.
Ingressos, via internet: