Washington Agostinho, funcionário do fazendeiro e
também acusado pelo crime, pegou pena de 97 anos e seis meses de prisão; os
dois conseguiram habeas corpus e saíram do Fórum em liberdade.
Cidades - Julgamento no Forum Lafayette , na regiao central de Belo Horizonte MG, fazendeiro Adriano Chafik , acusado de ter sido o mandante do assassinato de cinco trabalhadores rurais no acampamento sem - terra em Felisburgo , no Vale do Jequitinhonha , em 20 de novembro de 2004. Na foto: E/D, Adriano Chafik e Washington Agostinho . Foto: Alex de Jesus/O Tempo 10/10/2013.
O fazendeiro Adriano Chafik foi condenado a 115
anos de prisão pelo crime que ficou conhecido da Chacina de Felisburgo. O
funcionário dele também acusado pelo crime, Washington Agostinho, pegou 97 anos
e seis meses de prisão. Eles foram condenados pelo homicídio de cinco
integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), tentativa de homicídio de outros
oito membros do acampamento, além de formação de quadrilha e prática de
incêndio.
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Apesar da condenação, os dois réus saíram do Fórum
de Belo Horizonte em liberdade, pois o Superior Tribunal de Justiça concedeu
liminarmente um habeas corpus para que eles fiquem em liberdade até o
julgamento dos recursos. O advogado dos acusados, Sérgio Habib, já entrou com
recurso pedindo a anulação do júri. O julgamento durou mais de 15 horas e
terminou na madrugada desta sexta-feira.
Em seu interrogatório, Chafik jogou a culpa nos
integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) pelo massacre que
resultou na morte de cinco trabalhadores rurais e deixou outros 12 feridos, em
Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em 2004. O julgamento dele e de um dos
comparsas, Washington Agostinho, começou ontem, no Fórum Lafayette, em Belo
Horizonte.
Em seu depoimento, Chafik afirmou que não
premeditou a ação. Ele disse que foi à Fazenda Nova Alegria monitorar a
propriedade após o sumiço de 15 cabeças de gado no período da ocupação do MST,
e que um grupo de cem trabalhadores o cercou. “Um deles me cortou com um facão.
Eu estava armado com um revólver, dei um tiro no chão e outro na direção dele,
não sei se pegou. Depois, fomos embora, e não vi mais nada”, disse.
Questionado pelo promotor Cristiano Gonzaga Nunes
sobre quem teria incendiado as 27 casas do acampamento, o fazendeiro
responsabilizou os próprios membros do MST."Talvez eles mesmos tenham
colocado fogo nas casas, pode ter sido para me incriminar. E eles estavam
armados com armas de chumbo, não sei se eles próprios se feriram”, disse o
fazendeiro.
Já Washington Agostinho desmentiu todos os
depoimentos dados à polícia, quando tinha confessado participação no crime.
Debates. Nos debates entre acusação e defesa,
o promotor Cristiano Nunes pediu a condenação dos dois, citando que Chafik “foi
o engenheiro” do plano para matar os trabalhadores rurais.
Por Bernardo Miranda/Jhonny Cazzeta / Lucas Simões,
do Jornal o Tempo
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