*Por Douglas Ribeiro Soares
Alguns meses atrás, os
brasileiros foram surpreendidos com uma notícia inusitada. Os moradores da
cidade de Barra Mansa no estado do Rio de Janeiro, cansados de esperar pela
prefeitura construir uma ponte que ligaria dois bairros, fizeram uma ação de
ajuntamento de dinheiro (a popular ''vaquinha'') e construíram, eles mesmos, a
ponte!
Durante 20 anos a
prefeitura se negou a fazer a obra, essencial para a qualidade de vida dos
moradores. Alegou que não tinha dinheiro pra fazer a ponte, que havia orçado em
270 mil reais.
Cansadas de esperar, duas
donas de casa se juntaram ao restante da população, conseguiram R$5 mil em
doações, compraram o material e construíram a ponte!
Em São Paulo aconteceu
algo parecido.
Os moradores do bairro do
Itaim Paulista não gostaram dos planos que a prefeitura tinha para o bairro.
Por iniciativa própria,
se juntaram em um mutirão, capinaram um matagal e transformaram o local em
parque comunitário, com direito a academia ao ar livre e pista de bicicross.
Ainda foram além. Estão
criando, em um terreno anexo, um centro cultural para atender as demandas da
comunidade local.
Mas... O que as cidades
do Vale do Jequitinhonha tem a ver com isso?
Tem a aprender!
De 2 em 2 anos, a cena se
repete.
Candidatos à governador,
vereador, prefeito e até a presidência do Brasil vêm ao Vale pedir o voto com a
promessa que vão transformar as cidades do semi árido mineiro em um paraíso
cheio de empregos e prosperidade.
Desnecessário dizer que
essas promessas não se cumprem nunca.
Cabe à nós, povo do Vale,
seguirmos o exemplo dos moradores de São Paulo e Barra Mansa e fazerem o
trabalho nós mesmos!
As lideranças
comunitárias podem muito bem se organizarem com os moradores e sem a ajuda de
político nenhum, buscarem ajuda da iniciativa privada para as suas respectivas
cidades, seja em forma de doação ou em forma de investimento.
Uma empresa que queira
construir um galpão, uma fábrica, uma indústria em uma cidade do Vale, vai gerar
empregos naquela cidade. Com os cidadãos empregados, os pais e mães podem
sustentar suas famílias, pagar suas contas e movimentar a economia do próprio
município, criando assim um ciclo de riqueza.
Mesmo com a burocracia
brasileira impedindo os cidadão e líderes comunitários de negociarem a
instalação de empresas nas cidades, nada impede, DE FATO que um líder
comunitário vá até uma grande companhia e negocie, em nome da comunidade que um
empreendimento seja instalado ali usando mão de obra local, gerando empregos e
renda.
Nada impede que os
moradores, através de doações construam creches para que as mães possam deixar
seus filhos para irem trabalhar.
Nada impede que os
moradores construam cooperativas para gerar empregos e movimentar a economia
das cidades, sejam elas cooperativas de agricultores, costureiras, agentes de
material de reciclagem.
Marco Túlio Cícero foi um
filósofo, escritor e advogado que viveu em Roma nos anos de 106 até 46 Antes de
Cristo. O mesmo proferiu uma célebre frase que serve pra toda humanidade até
hoje: ''Todo governo é inimigo de seu povo"!
Cabe aos moradores do
Vale a aprenderem com os exemplos dos estados vizinhos do Rio e São Paulo e com
a frase acima.
* Douglas Ribeiro Soares é mineiro, reside no município de Betim e escreve para o Blog do Jequi de forma apolitica e apartidária. É simpatizante do movimento libertário, o que ajuda a analisar a política e a economia do Estado de Minas Gerais de forma independente em colunas periódicas aqui no blog.
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