Arte produzida no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do
país, é tema de exposição de fotografias de Mauricio Nahas no Museu Afro Brasil
Documentário conta com a participação do artesão minasnovense Amauri Ferreira, considerado um dos melhores artesãos do Brasil. Foto: Maurício Nahas
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Com curadoria de Diógenes Moura, mostra integra
projeto Do Pó da Terra, que terá livro, documentário e obras dos artistas do
Vale Jequitinhonha.
O Museu Afro Brasil,
instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, recebe a partir do
dia 12 de novembro (quinta-feira), às 19h, a exposição “Do Pó da
Terra”, com 50 imagens em preto e branco feitas pelo fotógrafo Mauricio
Nahas no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A mostra, que tem curadoria de
Diógenes Moura, faz parte de um projeto que envolve o lançamento de um livro de
fotografias e de um longa documentário, todos produzidos com um mesmo objetivo:
revelar quem são e como vivem os artistas da região, em sua maioria mulheres.
O projeto Do Pó́ da
Terra, idealizado pelo produtor e agente fotográfico Fernando Machado, tem como
objetivo lançar um novo olhar – mais verdadeiro e sensível – sobre a produção
artística em cerâmica e argila dos moradores da região conhecida por sua
realidade miserável. Desemprego, seca, altas taxas de mortalidade, alcoolismo,
violência e o solo condenado pela monocultura do eucalipto fizeram com que o
Vale do Jequitinhonha recebesse o apelido de Vale da Miséria.
Clique na imagem para assistir ao trailer do filme |
No ano que o Museu Afro
Brasil comemora 11 anos de história, seu Diretor Curador, Emanoel Araujo comenta:
“Por certo a sensibilidade de Mauricio Nahas foi tocada pelas paisagens do
magnífico rio Jequitinhonha e por sua gente – rostos, mãos de barro batido,
sofrimento, muito sol e nuvens cortando a dureza desse mesmo sol que anuncia um
céu estrelado para amenizar a noite desse lugar sagrado e profético, o palco da
criação desses magníficos artistas” e complementa: “São homens e mulheres,
doces criaturas do sertão, livres nas suas imaginações como o pó da terra. Vive
toda essa gente a criar outras gentes, outras formas, outras cenas que muitas
vezes se tornam realidade, que transcendem a realidade da própria vida, uma
espécie de sonho que se realiza das mãos cheias de barro fazendo nascer as
fantasias idealizadas.”
Em 2013, Fernando
Machado e Mauricio Nahas decidiram percorrer o Vale para documentar em um filme
a vida em comum entre a figura humana e a natureza das coisas. “O Vale é como
uma joia rara, valiosa, que precisava ser vista, preservada e entendida como
tal”, conta Fernando Machado. Foram 3.300 quilômetros rodados em sete cidades:
Santana do Araçuaí́, Caraí, Minas Novas, Itinga, Coqueiro do Campo, Itaobim e
Ladainha. Lá encontraram mulheres fortes, chefes de família, que convivem com
alcoolismo, pobreza, falta de perspectiva e abandono dos companheiros que
muitas vezes migram por conta do desemprego. Mulheres que através do trabalho
artesanal encontraram a chance de sustento para a família. É o caso de dona
Zezinha (Maria José Gomes da Silva), uma das artesãs mais prestigiadas da
região, que já́ teve seus trabalhos expostos na sede da ONU, em Nova York, em
2013. Outra personagem marcante – e uma das pioneiras entre as artistas do Vale
– é dona Izabel (Izabel Mendes da Cunha), criadora das famosas noivas de
cerâmica que hoje caracterizam a arte local. Ela começou o trabalho com a
argila quando criança, incentivada pelo desejo de ter uma boneca e por ver sua
mãe e sua avó fazerem panelas e potes.
“Os artesãos do Vale do
Jequitinhonha (também naïfs) se
apropriam de um instante para em seguida imortalizá-lo em suas obras: o barro,
a química da água, a percepção de tudo o que está entre as mãos, a vida/corpo
como um filtro. Uma espécie de espelho íntimo onde estão representados os
desejos e as esperanças de ir do ontem e do hoje ao muito além. Trata-se de um
ato de perpetuação. Da construção de um mundo que surge do interior profundo”
explica o curador, Diógenes Moura.
As imagens do
documentário, que será́ lançado no primeiro semestre de 2016 e que tem produção
da Notorious Films e direção de Mauricio Nahas, foram captadas em 2013. Já as
fotografias que estão no livro e na exposição foram produzidas no começo de
2015 em uma segunda viagem ao Vale, com o objetivo de fotografar as paisagens e
personagens mais marcantes. O livro Do Pó da Terra (Edições Notorious
Films/208 páginas) tem imagens de Mauricio Nahas e textos de Diógenes Moura,
Emanoel Araújo e Fernando Machado, e será́ lançado no mesmo dia da abertura da
mostra.
SERVIÇO:
Exposição "Do Pó da
Terra”
Abertura: 12 de novembro
de 2015 – 19h
Encerramento: 03 de
janeiro de 2016
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares
Cabral, s/n
Parque Ibirapuera -
Portão 10 (acesso pelo portão 3)
São Paulo / SP - 04094
050
Fone: 55 11 3320-8900
www.museuafrobrasil.org.br
Horário de
funcionamento: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h, com permanência até as
18hs.
Ingressos: R$ 6 -
Entrada gratuita aos sábados
App Museu Afro Brasil
disponível para IOS e Android, com download gratuito na Google Play e App
Store.
Informações para a
imprensa – Museu Afro Brasil
Gabriel Cruz:
(11)3320-8940 – gabriel.cruz@museuafrobrasil.org.br
Neto Corrêa:
(11)3320-8940 – neto.correa@museuafrobrasil.org.br
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