Receptivo familiar: Turismo Solidário possibilita
vivenciar a rotina de comunidades no norte de Minas Gerais.
Há pelo menos uns quatro anos ouço falar de um programa em
Minas Gerais chamado Turismo Solidário. Cheguei citá-lo nessa postagem de janeiro de 2012. Na época, tentei
conhecer o projeto, mas por incompatibilidade de datas e meu curto tempo em
Minas não tive oportunidade.
No início de setembro desse ano, cheguei no estado para
passar um temporada e pude, finalmente, conhecer o programa que abrange oito
municípios do Alto Vale do Jequitinhonha, no norte do estado.
Programa de Turismo Solidário
Criado em 2005, pelo Idene — Instituto de
Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais em parceria com o
Ministério do Turismo, o programa tem como objetivo despertar no turista o
interesse em participar do processo de transformação social e econômico da
região. Mais do que uma simples visita, o viajante é convidado a interagir, por
meio da convivência, com os moradores locais. O programa incentiva o contato
com a cultura local através de oficinas de artesanato, gastronomia e práticas
rurais. Essa é uma forma de viajar que contempla regiões de riquíssima
beleza natural e cultural.
O Vale do Jequitinhonha é uma das regiões com o menor
índice social e econômico do estado. O programa é uma grande oportunidade de
desenvolvimento, muito além do caráter econômico, e sim, como possibilidade de
crescimento profissional e pessoal. O Turismo Solidário é uma alternativa
para o desenvolvimento sustentável dessas comunidades, que utiliza o turismo
como ferramenta de transformação e possibilita melhores condições de vida para
quem vive na região.
Receptivos Familiares
Cada casa foi avaliada por uma equipe técnica e os
moradores foram capacitados para receber os turistas. O que não é nenhuma
dificuldade para a hospitalidade do povo mineiro. O ambiente é sempre muito
acolhedor e em qualquer casa que você escolher, será recebido de braços
abertos e com um bom cafezinho quente.
No curso de capacitação os moradores aprenderam que o
visitante, ao fazer esse tipo de turismo, busca o contato com a realidade e
cultura local, principalmente com a culinária. Foi recomendado ao receptivo
sempre oferecer a boa e típica comida mineira que são acostumados a fazer no
dia a dia.
O carinho e atenção é tão grande, que é impossível não se
sentir em casa. Parecia que eu estava visitando os parentes do
interior. As acomodações são em quartos que próprios moradores cedem para
receber o turista. Apesar da simplicidade, tudo é muito limpo e
bem organizado, para que o turista se sinta confortável e à vontade. Esse
tipo de turismo valoriza o modo de vida local e incentiva a preservação desse
estilo.
Falta de turistas é a maior dificuldade
Ao longo dos anos de estudo e prática com o turismo
solidário e voluntário no Brasil, acompanhei inúmeros (ótimos) projetos e ações
que foram extintos por falta de turistas. O caminho que segue o Programa
Turismo Solidário de Minas Gerais não é diferente. Apesar de ainda existir,
fomentar esse tipo de ação em uma região pouco explorada pelo turismo é muito
complexo, pois envolve não somente os baixos índices de desenvolvimentos
sociais e econômicos, como problemas de infra-estrutura que inclui a mobilidade
— no caso, a falta dela. Aspectos esses, que infelizmente, pesam para
implementação de um produto turístico. Ainda mais, sendo uma proposta tão nova
e “ousada” para os padrões de viagem dos brasileiros. Nessas condições
adversas, o programa vai se mantendo na corda bamba.
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