*Por Marina Pereira, do G1
Grande Minas
Diamantina guarda registros do início da construção da
BR-367. Veja primeira reportagem da série 'BR-367: Um sonho de JK'. Estrada liga o Vale do Jequitinhonha ao litoral da Bahia.
Jornal O Nordeste noticia andamento das obras (Foto: Marina Pereira/G1) |
Abrir estradas sempre fez parte das metas de Juscelino
Kubitschek enquanto político. O menino, que cresceu em Diamantina
(MG) e se tornou um grande homem público, nunca se esqueceu de sua cidade natal
em seus planos de desenvolvimento.
Geraldo Ribeiro acompanhou a trajetória política de Juscelino Kubistchek em Diamantina (MG) (Foto: Marina Pereira/G1) |
Construir uma rodovia que ligasse Diamantina à divisa com a Bahia não era um
desejo apenas do empreendedor e visionário JK, os mineiros também sonhavam com
uma estrada, que em breve seria o caminho mais próximo para o mar.
Na cidade que respira história, livros, documentos e
jornais da década de 1950 relatam como foi a construção da BR-367, quando
JK ocupava o cargo de governador.
As lembranças do progresso que Juscelino buscava para a região ficam evidentes no livro “Palestras”, que reúne os discursos feitos por ele dirigidos ao povo mineiro e transmitidos pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte.
As lembranças do progresso que Juscelino buscava para a região ficam evidentes no livro “Palestras”, que reúne os discursos feitos por ele dirigidos ao povo mineiro e transmitidos pela Rádio Inconfidência, de Belo Horizonte.
Em várias páginas, o político faz referência à abertura da
estrada. “Pela nova rodovia desbravadora, no bojo dos caminhões e viaturas, que
transportarão o fruto do trabalho de nossa gente, vão também o livro, remédio,
bem-estar e a cultura”, disse Juscelino Kubtisckek em 1950.
Sidrach Carvalho Neto guarda a carta escrita pelo avô que foi prefeito de Santa Cruz Cabrália (BA) (Foto: Marina Pereira/G1) |
O anúncio da construção da BR, que alavancaria o
desenvolvimento da região, foi feito na praça que recebe hoje o nome do
ex-presidente.
O morador Geraldo Ribeiro lembra bem dessa época. “A praça estava cheia de gente quando Juscelino garantiu que faria as obras, para a felicidade do povo, já que toda a região sonhava em ver essa estrada concluída”, relata.
Na rua hoje conhecida como Travessa Salto da Divisa, as primeiras máquinas chegaram. “Os trabalhos foram intensos, eram vários homens, maquinários e dinamites, utilizadas para explodir as pedras”, relembra Ribeiro.
Atualmente, a BR-367 termina no litoral baiano. Santa Cruz Cabrália é a última cidade do estado cortada pela rodovia, que possui762,5 km . Nos relatos
históricos não é possível identificar se o trecho da Bahia foi construído
durante o governo de Juscelino.
O morador Geraldo Ribeiro lembra bem dessa época. “A praça estava cheia de gente quando Juscelino garantiu que faria as obras, para a felicidade do povo, já que toda a região sonhava em ver essa estrada concluída”, relata.
Na rua hoje conhecida como Travessa Salto da Divisa, as primeiras máquinas chegaram. “Os trabalhos foram intensos, eram vários homens, maquinários e dinamites, utilizadas para explodir as pedras”, relembra Ribeiro.
Atualmente, a BR-367 termina no litoral baiano. Santa Cruz Cabrália é a última cidade do estado cortada pela rodovia, que possui
Grupo de Seresta Arte Miúda relembra, através da
música, a história de JK (Foto: Marina Pereira/G1)
|
No arquivo histórico de Cabrália (BA) há uma carta escrita
pelo então prefeito da cidade, Sidrach Carvalho, endereçada a Juscelino. O
documento de 1957 pedia que a rodovia fosse até a Bahia.
Em um dos trechos, o prefeito dizia: “a abertura dessa estrada trará maior progresso para toda a região do norte e oeste mineiro, além do sul e oeste baiano”. A resposta da carta não foi localizada.
O menino que deixou saudade
"Hoje acordei com saudades daquele menino que ao
nascer em Diamantina chamou Juscelino. Homem de pulso tão firme e de fala tão
mansa. Um presidente candango de um povo esperança”, a letra e a música do
compositor Moacir Franco ganham vida nas vozes do grupo Arte Miúda em
Diamantina. Assim, as antigas e novas gerações demonstram o carinho e a saudade
do mineiro que superou limitações e tornou-se presidente do Brasil.
Rua São Francisco, nº 241. Este é o endereço é da casa onde Juscelino morou com a família na infância, em Diamantina. No local, a reportagem do G1 encontrou, além de fotos antigas e objetos pessoais que pertenceram a JK, um grande amigo do ex-presidente Serafim Jardim, que é responsável pela conservação da casa.
Rua São Francisco, nº 241. Este é o endereço é da casa onde Juscelino morou com a família na infância, em Diamantina. No local, a reportagem do G1 encontrou, além de fotos antigas e objetos pessoais que pertenceram a JK, um grande amigo do ex-presidente Serafim Jardim, que é responsável pela conservação da casa.
Serafim Jardim observa memória do ex-presidente (Foto: Marina Pereira/G1) |
“Minha relação com ele começou através do meu pai, eles
sempre foram muito amigos. Eu estive ao lado dele nos momentos mais difíceis e
hoje, mesmo não estando mais presente entre nós, continuo tendo a mesma
consideração e amizade”, enfatiza Serafim.
No escritório, Serafim guarda um quadro que contém a réplica da capa do livro "Por que Construí Brasilia?", com a dedicatória feita por Juscelino a ele. No texto de poucas linhas, JK demonstra a consideração que tinha com amigo, das horas boas e ruins. “Esse presente é muito especial para mim, poucas pessoas receberam essa dedicatória”, diz Jardim.
Pelas ruas de Diamantina, as lembranças do Juscelino político, do homem amigo e extrovertido ainda emocionam e continuam fazendo parte da história de vida de muitas pessoas.
Para Leandro Costa, o tempo pode ter levado a juventude, a
companhia e as brincadeiras, mas as lembranças do amigo JK permanecem. Entre
uma história e outra, as lágrimas ganham espaço no semblante do homem de
aparência firme.
“É difícil não se emocionar. Para mim, Juscelino, além de um político de visão, era um homem de uma simplicidade incontestável, sabia conversar e tratar bem todas as pessoas”, diz Leandro Costa.
“É difícil não se emocionar. Para mim, Juscelino, além de um político de visão, era um homem de uma simplicidade incontestável, sabia conversar e tratar bem todas as pessoas”, diz Leandro Costa.
Casal hospedava JK quando ele visitava Diamantina (Foto: Marina Pereira/G1) |
Era na casa dele, na área central da cidade, que Juscelino
se hospedava quando ia a Diamantina para passear. A esposa de Leandro, Ligia
Dayrel, diz que a visita do político não causava nenhuma preocupação.
“Era fácil recebê-lo, porque Juscelino era uma pessoa muito simples, gostava da
comida mineira, e um frango com quiabo sempre o agradava. A notícia da morte
dele doeu demais e dói até hoje”, enfatiza.
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