sexta-feira, 19 de julho de 2013

VIII FEIRA DE ARTESANATO DE SANTANA DO ARAÇUAÍ, DE 19 A 21 DE JULHO

Em destaque, a artesã Dona Izabel Mendes.

 O pessoal de Ponto dos Volantes enviou o cartaz anexo, sobre o evento que se realizará a partir do dia 19 de julho. Trata-se da VIII FEIRA DO ARTESANATO DE SANTANA DO ARAÇUAÍ, nos dias 19, 20 e 21 próximos. Em destaque Dona Izabel Mendes e sua escola. Falar em artesanato de cerâmica do Jequitinhonha é falar de Dona Isabel Mendes da Cunha. Artesã premiada e conhecida internacionalmente pelo seu artesanato e que mora em Santana do Araçuaí – um distrito de Ponto dos Volantes.


Isabel Mendes da Cunha 

Izabel Mendes da Cunha nasceu na Fazenda Córrego Novo, município mineiro de Itinga, no dia 3 de agosto de 1924. Mudou-se ainda jovem para Santana do Araçuaí, hoje município de Ponto dos Volantes, Vale do Jequitinhonha-MG, onde mora com sua filha. Dona Izabel teve quatro filhos: Amadeu, Rita de Cássia, Maria Madalena e Gloria.

Com o aumento da demanda por suas peças, toda a família se incorporou ao trabalho com o barro. Dos quatro filhos, apenas Rita de Cássia não trabalha na arte do barro. A filha Glória e seus marido João Pereira de Andrade são ceramistas renomados atualmente e já iniciaram suas filhas na arte de modelar o barro. Maria Madalena mora ainda hoje com sua mãe e a ajuda na produção de suas peças. A escola de cerâmica iniciada por dona Isabel,inclui, além de sua família, vários outras artesãs de Santana do Araçuaí.

Entretanto, o principal seguidor desta escola é seu genro, João Pereira de Andrade, que se tornou seu sucessor natural. A Associação dos Artesãos de Santana do Araçuaí mantém uma loja onde são expostas as peças de todas as artesãs da região.


Na sua maioria são bonecas, galinhas, vasos e flores de cerâmica. Atualmente as bonecas de dona Izabel são peças altamente valorizadas no mercado da arte. Entre as artesãs do Vale do Jequitinhonha , ela é a que cobra mais caro pelas sua peças e mesmo assim existe uma longa fila de espera. Com o dinheiro adquirido ao longo dos anos, ela conta que sua família melhorou muito de vida.

Hoje eles moram em terras próprias, nas quais foi construída uma casa ampla para dona Isabel morar com sua filha Maria Madalena. Porém, a artesã continua a usando o velho ateliê, onde estão os velhos fornos de cerâmica que a acompanham desde longa data.
Desde a infância Dona Izabel já criava pequenas figuras de barro, imitando sua mãe que era louceira (paneleira, como é chamado na região do Vale do Jequitinhonha) e se dedicava à produção de cerâmica utilitária. Quando adulta seguiu os passos de sua mãe e começou também a fazer peças utilitárias com o barro, as quais vendia nas feiras da região.

Dona Izabel ficou viúva e desde então, para ajudar no sustento dos filhos, começou a modelar outros tipos de peças, como animais e bonecas de barro.No início suas figuras consistiam de cavaleiros, bois, aves e pequenos presépios, todos feitos com barro vermelho e pintados com barro branco. No início da década de 70 a artesã iniciou a produção de bonecas grandes, algumas com cerca de um metro de altura. Eram, em sua grande maioria, casais de noivos, com o homem vestido de terno e a mulher de branco, grinalda e buquê de flores nas mãos, uma marca registrada de sua obra.

Outra peça que ficou muito famosa e que começou a ser modelada ainda nessa época, foi a boneca representando uma mãe amamentando. Com a procura por suas peças Dona Izabel passou a produzir bonecas com detalhes mais elaborados e características próprias.

Na época uma das suas inovações foi a forma de fazer os olhos das bonecas. Antes os olhos eram apenas pintados, como ainda fazem muitas outras artesãs do Vale. Dona Izabel passou a esculpir os olhos de suas bonecas em alto relevo. Outra inovação foi a utilização de barro colorido para pintura das bonecas, técnica ainda utilizada por ela e por várias artesãs do Vale do Jequitinhonha.

As peças de Dona Izabel logo ganharam fama nas feiras da região. Com o trabalho de divulgação e comercialização realizado pela Codevale (Comissão do Desenvolvimento do Vale do Jequitinhonha) no final da década de 70, tornaram-se muito valorizadas, também em feiras nacionais e internacionais.

Com a notoriedade alcançada, a artesão deixou de lado a cerâmica utilitária e passou a se dedicar apenas às suas bonecas. Casal de noivos, mulheres amamentando, rituais de batizado, são algumas das peças mais famosas feitas por Dona Izabel. Todas essas bonecas eram vestidas com roupas de festa, feitas com capricho e com grande riqueza de detalhes, características presentes até hoje em suas peças.

ARTISTA PREMIADA

Entre os prêmios recebidos por Dona Izabel destacam-se: Prêmio Unesco de Artesanato para a América Latina (2004), Ordem do Mérito Cultural (Ministério da Cultura do Brasil, 2005), Prêmio Culturas Populares (Ministério da Cultura do Brasil, 2009).
 

Recentemente Dona Izabel foi homenageada pela presidenta Dilma Roussef, durante a abertura da exposição “Mulheres artistas brasileiras”, no Palácio do Planalto, em Brasília (Foto: Roberto Stuchert Filho).


NAS FOTOS:

1- O cartaz do evento
 
2- A consultora em ICMS Cultural, Isabela Grossi, em visita à Dona Izabel


Fonte: http://artepopularbrasil.blogspot.com.br

Sobre o Autor: Bernardo Vieira
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    Bernardo Vieira

    Sou mais um apaixonado pelo Vale do Jequitinhonha e suas riquezas. Venho, através deste blog, tentar expandir a cultura do vale, bem como trazer novidades e coisas úteis em geral. Formado em Administração pela UFLA - Universidade Federal de Lavras e Funcionário Público Estadual (TJMG). contato pelo email: nabeminasnovas@yahoo.com.br ou bernardominasnovas@hotmail.com.

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