Peças
de igrejas de Berilo, no Vale do Jequitinhonha, foram encontradas em cofre num
posto de saúde desativado 30 anos depois de desaparecerem. Moradores comemoraram.
Dentro do cofre, aberto na presença de autoridades, estavam castiçais, lampadário, coroas e vários outros objetos.
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Tesouro trancado a
sete chaves abre as portas para o conhecimento e admiração. Um achado
surpreendente enriquece a cultura de Berilo, no Vale do Jequitinhonha, a 537 quilômetros de
Belo Horizonte, e põe fim a uma história de mistério que já durava mais de três
décadas. Conforme foi divulgado ontem, mais de 30 peças sacras foram
encontradas num cofre localizado num antigo e desativado posto de saúde no
Centro da cidade de 13 mil habitantes. A população comemorou a descoberta do
patrimônio, que inclui imagens, castiçais, lampadário, resplendores, coroas,
objetos usados em festas do congado, um ex-voto e outros objetos de prata e
madeira. “Estamos muito felizes, pois há muito tempo os moradores vêm cobrando
que o armário fosse aberto”, disse o titular da paróquia de Nossa Senhora da
Conceição, padre Charleston Pereira Lima.
Segundo padre, as peças foram transportadas para um local fora da cidade a fim
de garantir a segurança do acervo. “Muitas delas, principalmente as de madeira,
estão bem deterioradas, necessitando de restauração. Estamos providenciando uma
forma de recuperá-las”, explicou. O pároco contou que a abertura do
armário-cofre, que tem 2
metros de altura e 90 centímetros de
largura, foi possível graças a uma solicitação do ex-promotor da comarca de
Minas Novas Wagner Aparecido Rodrigues Dionísio e posterior condução do
procedimento pelo atual promotor Erick Anderson Caldeira Costa. Para abrir o
cofre, que tinha um segredo e não tinha cadeado, foi chamado um especialista de
Araçuaí.
“A abertura do cofre provocou uma verdadeira comoção em Berilo. As pessoas ficaram esperando na praça, perto do antigo posto de saúde, até que o serviço do chaveiro terminasse”, disse, ontem, a historiadora Paula Novais, da Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC). Paula explicou à população o que estava sendo feito e teve a oportunidade de ouvir histórias envolvendo o misterioso cofre. “Havia muita lenda em torno do assunto. Alguns acreditavam até que o armário guardasse ossadas”, afirmou a historiadora, que elaborou um laudo sobre todo material encontrado.
Acervo
As peças ganharam a “liberdade” em 14 de junho na presença do
padre Charleston, do promotor Erick, do bispo de Araçuaí, dom Marcelo Romano, o
prefeito de Berilo, Higor Coelho, representantes da Polícia Militar e outros. As
primeiras investigações mostram que o acervo pode ter pertencido à antiga
Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, do século 18 e demolida
em 1988, e à Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Segundo o coordenador do
CPPC, promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, o tesouro será agora
incluído na relação dos bens recuperados em Minas. “Trata-se de uma descoberta
de grande relevância, mas o maior desafio é a restauração do acervo”, afirmou.
Para os moradores e gestores culturais, a abertura do cofre foi da maior importância. “Desde a demolição da Igreja de Nossa Senhora do Rosário a nossa cultura popular ficou mais pobre. A coroa agora encontrada pode ser da imagem, que é reverenciada pelos integrantes do congado. No lugar onde havia a igreja, hoje existe uma praça e todo mundo se lembra do adro onde sempre ocorreu a festa do Rosário”, conta o agente cultural Alessandro Borges Araújo. As peças estão sob guarda da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
Para os moradores e gestores culturais, a abertura do cofre foi da maior importância. “Desde a demolição da Igreja de Nossa Senhora do Rosário a nossa cultura popular ficou mais pobre. A coroa agora encontrada pode ser da imagem, que é reverenciada pelos integrantes do congado. No lugar onde havia a igreja, hoje existe uma praça e todo mundo se lembra do adro onde sempre ocorreu a festa do Rosário”, conta o agente cultural Alessandro Borges Araújo. As peças estão sob guarda da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição.
Fonte: Estado de Minas
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