Uma operação para desarticular uma organização que desviou
mais de R$ 70 milhões em pelo menos 11 prefeituras mineiras foi realizada na
manhã de terça-feira (2) pela Polícia Federal (PF).
Sete pessoas foram presas, entre elas, Warmillon Fonseca
Braga (DEM), ex-prefeito de Pirapora e ex-dirigente do consórcio que administra
o Samu na região, e José Benedito Nunes, ex-prefeito de Janaúba e ex-delegado
da Polícia Civil.
Outras duas pessoas, o ex-prefeito de Montes Claros, Luiz
Tadeu Leite (PMDB), e o empresário Marcos Vinicius da Silva estão foragidos.
Além disso, dois contadores e um advogado foram conduzidos para
esclarecimentos.
Segundo a polícia Federal, os valores
desviados – apenas dos municípios mineiros – ultrapassam os R$ 71 milhões (R$
71.929.159,74). Para se ter uma ideia, em Capelinha,
foram desviados R$
4.537.413,91, o que ganha mais importância em razão do baixo
Produto Interno Bruto do município de 35 mil habitantes: cerca de R$ 217
milhões, em 2010. Em Pirapora, R$ 2,8 milhões seriam pagos, o que foi suspenso
em virtude da divulgação das irregularidades pela mídia em dezembro de 2012. “É
dinheiro que se foi e não volta mais! Não tenho dúvidas que o grupo já ocultou
o dinheiro”, lamenta Marcelo Freitas.
Fraudes
Batizada de “Operação Violência Invisível”, as
investigações apontaram fraudes em processos licitatórios destinados à
aquisição de precatórios judiciais em mais de 100 cidades.
A quadrilha formada por empresas,
pessoas físicas, servidores públicos e ex-prefeitos, fraudava processos
licitatórios, direcionando as contratações a uma das empresas integrantes da
organização. Essa empresa vencia as licitações com o compromisso de fazer a
compensação entre precatórios judiciais e as dívidas das prefeituras, sob o
argumento de uma economia de até 30% sobre os valores devidos ao INSS, prática
proibida expressamente pela lei.
Os municípios mineiros que sofreram
com a ação do grupo foram: Águas
Vermelhas, Capelinha, Caratinga, Ipatinga, Itambacuri, Janaúba,
Montes Claros, Pirapora, Rio Pardo
de Minas, Várzea da Palma, Varzelândia, além do Consórcio
intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (CISRUN)
Recursos públicos também foram desviados nos estados do
Espírito Santo, São Paulo, Pará, Sergipe, Santa Catarina, Rio de Janeiro,
Pernambuco, Paraíba, Maranhão e Bahia.
A lista com os nomes de outros municípios que surgiram
durante as investigações bem como as provas colhidas serão compartilhadas com a
Receita Federal do Brasil, Controladoria-Geral da União, Tribunal de Contas da
União, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Tribunais de Contas dos Estados
lesados, Receitas Estaduais, Polícias Civis e Ministério Público Federal, a fim
de subsidiar os eventuais procedimentos administrativos, inquéritos e
investigações, com a finalidade de se promover a recuperação do dinheiro
público desviado.
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