Municípios
foram escolhidos pelo Ministério da Saúde para receber médicos de acordo com
falta de profissionais e grau de vulnerabilidade social, mas CRM mostra que
carência é maior.
No pacote anunciado anteontem pela presidente Dilma Rousseff dentro do Programa
Mais Médicos, Minas Gerais tem 78 cidades prioritárias para receber os
profissionais da saúde. Mais da metade delas está no Norte de Minas (32) e Vale
do Jequitinhonha (12), regiões mais carentes do estado. De acordo com o
Ministério da Saúde, a lista de municípios foi elaborada com base na carência
de profissionais de cada local e na vulnerabilidade social, mas, segundo estudo
feito pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), a carência é
muito maior. Conforme o Estado de Minas publicou domingo, 209 dos 853
municípios mineiros não têm médicos. Outros 148 (17,3%) contam com apenas um
profissional. Em todo o país, as medidas vão abranger 1.557 cidades.
O Ministério
da Saúde informou, no entanto, que a lista dos municípios prioritários não é
definitiva e qualquer cidade pode se candidatar a receber médicos. Segundo
dados do CRM, são 38.680 profissionais em Minas, com 1,97 médico para cada mil
habitantes. A média nacional é de 1,83 médico para mil habitantes, na média.
Também aparecem na lista cidades das regiões Central, Vale do Rio Doce, Zona da
Mata, Noroeste, Sul e Centro-Oeste do estado. Na Grande BH, Santa Luzia é um
dos lugares citados. Anteontem, o EM mostrou que a prefeitura é a que oferece o
salário mais alto da região (R$ 15.000) e, mesmo assim, tem vagas abertas para
médicos.
A medida da presidente foi comemorada por prefeitos. Emerson Pinheiro Ruas, por exemplo, de Santo Antônio do Jacinto, no Jequitinhonha, disse que conseguiu contratar um médico oferecendo a ele R$ 23 mil. “Precisamos de pelo menos mais dois médicos e falta dinheiro para a contratação. Por isso, o programa vai ser bom para o município, que está a 820 quilômetros de BH, na divisa com a Bahia, onde os médicos não querem morar”, afirmou.
Recursos
A medida da presidente foi comemorada por prefeitos. Emerson Pinheiro Ruas, por exemplo, de Santo Antônio do Jacinto, no Jequitinhonha, disse que conseguiu contratar um médico oferecendo a ele R$ 23 mil. “Precisamos de pelo menos mais dois médicos e falta dinheiro para a contratação. Por isso, o programa vai ser bom para o município, que está a 820 quilômetros de BH, na divisa com a Bahia, onde os médicos não querem morar”, afirmou.
Recursos
A cidade de
12,1 mil habitantes, incluída na lista do Ministério da Saúde, tem cinco postos
do Programa de Saúde da Família (PSF). Segundo o prefeito, para manter cada um
deles, a prefeitura gasta em torno de R$ 30 mil por mês. “Desse montante, só
recebemos R$ 10 mil, que ajudam no pagamento do médico, o resto temos que
completar.” Mesmo otimista, o gestor critica. “Somente contratar médicos não
resolve. É preciso que o governo faça um repasse que seja suficiente para pagar
o salário integral do médico e nos envie recursos para pagar também dentista,
enfermeiro e técnico de enfermagem.”
O prefeito Joel Ferreira Lima, de Ibiracatu, no Norte do estado, disse que a inclusão do município na lista do programa Mais Médicos alivia o que é hoje um peso nas finanças das prefeituras: o envio de moradores para fazer tratamentos e consultas em outras cidades. No local de 6,1 mil habitantes, o prefeito conta que, todos os dias, de 15 a 20 pessoas são levadas para Montes Claros, a 150 quilômetros de distância, e Brasília de Minas, a 70 km.
OS 11 MUNICÍPIOS DO VALE DO JEQUITINHONHA QUE VÃO GANHAR MÉDICOS
O prefeito Joel Ferreira Lima, de Ibiracatu, no Norte do estado, disse que a inclusão do município na lista do programa Mais Médicos alivia o que é hoje um peso nas finanças das prefeituras: o envio de moradores para fazer tratamentos e consultas em outras cidades. No local de 6,1 mil habitantes, o prefeito conta que, todos os dias, de 15 a 20 pessoas são levadas para Montes Claros, a 150 quilômetros de distância, e Brasília de Minas, a 70 km.
OS 11 MUNICÍPIOS DO VALE DO JEQUITINHONHA QUE VÃO GANHAR MÉDICOS
Cachoeira de Pajeú - Vale do Jequitinhonha
Comercinho - Vale do Jequitinhonha
Felício dos Santos - Vale do Jequitinhonha
Felisburgo - Vale do Jequitinhonha
Joaíma - Vale do Jequitinhonha
Monte Formoso - Vale do Jequitinhonha
Ouro Verde de Minas - Jequitinhonha
Padre Paraíso - Vale do Jequitinhonha
Ponto dos Volantes - Vale do Jequitinhonha
Santo Antônio do Jacinto - Vale do Jequitinhonha
Virgem da Lapa - Vale do Jequitinhonha
Fonte: Ministério da Saúde
Comercinho - Vale do Jequitinhonha
Felício dos Santos - Vale do Jequitinhonha
Felisburgo - Vale do Jequitinhonha
Joaíma - Vale do Jequitinhonha
Monte Formoso - Vale do Jequitinhonha
Ouro Verde de Minas - Jequitinhonha
Padre Paraíso - Vale do Jequitinhonha
Ponto dos Volantes - Vale do Jequitinhonha
Santo Antônio do Jacinto - Vale do Jequitinhonha
Virgem da Lapa - Vale do Jequitinhonha
Fonte: Ministério da Saúde
Enfermeiros e dentistas na mira
As mudanças propostas pelo governo na formação médica podem ser estendidas a outras profissões da área da saúde. Um grupo formado no Conselho Nacional da Educação (CNE) discute alterações na grade curricular e a possível inclusão de um segundo ciclo acadêmico para estudantes de enfermagem, odontologia e nutrição, entre outros. Algumas entidades, como o Conselho Federal de Odontologia (CFO), também debatem alterações.
Na avaliação do conselheiro Amaury Angelo Gonzaga, do Conselho Federal de Enfermagem, caso ocorram alterações, elas serão muito bem-vindas. “É inadmissível que se faça uma formação para que o profissional fique longe da população. A atenção básica à saúde é o carro-chefe para o bom funcionamento de qualquer sistema de saúde.” Amaury defende que uma mudança nas outras profissões da saúde deve ser feita em breve. De acordo com o MEC, no entanto, a prioridade no momento é a regulamentação do segundo ciclo de formação em medicina.
CFM estuda ação na Justiça
Presidentes dos conselhos regionais de medicina de todo o país se reúnem hoje em Brasília para fechar um posicionamento da entidade quanto às mudanças nos cursos de medicina e ao Programa Mais Médicos. Até a semana que vem, o Conselho Federal de Medicina (CFM) deve definir qual caminho vai seguir para tentar barrar na Justiça as medidas anunciadas pelo governo federal. Um deles pode ser uma ação de inconstitucionalidade, questionando a legitimidade da obrigatoriedade de os alunos prestarem serviço ao Sistema Único de Saúde (SUS) durante dois anos e defendendo a autonomia universitária como critério para a mudança curricular. O conselheiro do CFM Hermann von Tiesenhausen afirma que a proposta dos médicos, feita ao governo federal, envolve a realização de concurso público, criação de plano de cargos e salários, isonomia e estabilidade na profissão. A categoria questiona ainda a vinda de profissionais estrangeiros. “Queremos que cumpram as regras e as leis do país.”
Ministros se explicam
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, foi nessa terça-feira à Câmara pedir celeridade na tramitação da medida provisória (MP) do Programa Mais Médicos. Ele conversou com os presidentes deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele sustentou que a prioridade do governo é ocupar os postos de trabalho com brasileiros. “Tenho certeza absoluta que o Congresso Nacional vai ser sensível ao pedido da população, de quem vive na unidade de saúde que não tem médico, à necessidade dos prefeitos, dos governadores e, também, aos anseios dos médicos”, afirmou. Antes de ir à Câmara, Padilha participou de encontro com prefeitos junto com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. “Como disse o ex-ministro Adib Jatene, os médicos têm que ser especialistas em ser humano e não em equipamentos. Não é o Brasil que está inventando isso”, disse Mercadante. O ministro da Saúde segue hoje para Madri, na Espanha, onde se reúne com a ministra da Saúde, Ana Mota Adrover, para falar de intercâmbio de médicos e estudantes de medicina.
Via
Estado de Minas
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