Após promover oficinas, apresentações e sessões de cinema
que ressaltam a cultura do Jequitinhonha, projeto encerra sua 1ª edição na
cidade histórica.
Promover a união entre as diversas manifestações culturais
e talentos do Vale do Jequitinhonha. É com essa proposta que o Sons no Vale
caminha para seu encerramento. Após percorrer 22 cidades da região, entre os
dias 22 e 26 de maio, o projeto chega à Diamantina, terra de grandes ícones da
história de Minas e do Vale, levando oficinas, além de apresentação musical,
com artistas da região.
Segundo o idealizador do projeto, Inácio Neves, o
encerramento será um momento de comunhão entre os realizadores da cultura
local. “O que faremos agora é a reunião daquilo que encontramos ao longo desses
meses de trabalho. O Vale do Jequitinhonha é uma região muito rica, em que a
cultura está intrinsecamente ligada à vida do seu povo. Então, juntaremos esses
artistas que são a identidade do lugar, em um grande encontro musical, na
cidade que é referência do Vale”.
Em 21 cidades que já receberam o projeto, mais de 1.150
pessoas participaram das oficinas realizadas. As apresentações musicais
reuniram, aproximadamente, 6.700 pessoas e o cinema 7.800.
O Sons no Vale continua sendo feito pelos próprios
moradores do Jequitinhonha. O projeto oferece a eles Oficinas de Sonorização e
Iluminação para shows e eventos, além da Oficina de Musicalização. Ao final,
são os alunos das oficinas que propõem a apresentação e operam os equipamentos,
junto a profissionais das áreas.
Para completar a programação, no domingo haverá sessão de
cinema, na praça. A programação inclui a animação “Rio”, de Carlos Saldanha, e
o curta “Caçadores de Saci”, de Sofia Federico. Ainda será exibido um
documentário produzido pela equipe do projeto sobre Diamantina, ressaltando os
acontecimentos, as pessoas e a história da cidade.
E o que o projeto deixa para o Jequitinhonha
Mais do que promover uma movimentação cultural de uma
semana nas cidades por onde passa, o objetivo do Sons no Vale é dar destaque às
manifestações e artistas que já se encontram na região, trazendo reconhecimento
a trabalhos que valorizam a sociedade.
Alguns reflexos da passagem do projeto por essas cidades
já podem ser sentidos, antes mesmo do seu encerramento. Como é o caso da
Corporação Musical de Itamarandiba. De acordo com seu diretor, Dhenerson
Carneiro, na semana seguinte ao projeto na cidade, houve aumento na procura por
vagas na corporação. “Em três dias foram 20 pessoas inscritas. Devo ressaltar
que isso só foi possível graças à aquecida que o Sons no Vale deu na cultura da
cidade, foi realmente maravilhoso para todos”, ressalta.
A aquecida também serviu de estímulo para que Douglas
Gomes, de Aricanduva, decidisse embarcar de vez na música. “Quando fui à
apresentação de Capelinha reencontrei o músico Marcelo e, quando estávamos
tocando a nossa música, o dono do estúdio da cidade nos ouviu e nos perguntou
se queríamos fazer uma gravação. Isso impulsionou nosso trabalho”, diz Douglas.
Ele, que é deficiente visual, usa a música como instrumento de manifestação de
igualdade: “Para muita gente, os deficientes visuais são menos que as pessoas
normais. E o que a música diz é que somos tão normais quanto as outras pessoas”.
O Sons no Vale é uma iniciativa do Ministério da Cultura e
Fundação Vale, com patrocínio da Vale, através da Lei Federal de Incentivo à
Cultura, em parceria com a Estação Conhecimento. O projeto é apoiado pelo Idene
(Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais) e realizado
por Confluência – Ações para a Cidadania e Cinear Produções e Exibições.
Mais informações: www.sonsnovale.com.br
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