Cursos de Direito, Arquitetura e Urbanismo, Economia e
Administração foram os mais lembrados pela Audiência Púbica. Como segunda opção, participantes escolheram a área de
Ciências Agrárias.
A Audiência Pública para escolha de cursos do campus de
Capelinha da UFVJM definiu que os cursos prioritários serão os da área de
Ciências Sociais, ou seja, Direito, Economia, Arquitetura e Urbanismo,
Administração de Empresas (Gestão Pública), Serviço Social, Comunicação Social
e outros.
Uma segunda opção são os cursos da área de Ciências
Agrárias. Porém, esta área acadêmica está bem servida na região com cursos na
UFVJM, em Diamantina; no CEFET, em São João Evangelista; IFNMG, campus Salinas;
UFMG, em Montes Claros; e UNIMONTES, campus Janaúba, no norte de Minas. Este
quadro pode inviabilizar a aprovação do Ministério da Educação.
O Salão do Clube Florae, no bairro Planalto, em Capelinha,
no Alto Jequitinhonha, nordeste de Minas, ficou inteiramente cheio. Cerca de
700 pessoas participantes, com entusiasmo e argumentos afiados, debateram
profundamente os diversos cursos que poderiam ser implantados.
Os estudantes do ensino médio estavam em maioria,
principalmente das Escolas Estaduais Antônio Lago, Rosarinha Pimenta, de
Chapadinha e Geralda Othoni. Completavam a platéia professores, gestores da
educação, pais/mães, técnicos dos serviços públicos, jornalistas, empresários,
trabalhadores rurais, comerciários e lideranças de vários segmentos, como
prefeitos, vereadores e representantes de 9 municípios.
Na abertura, o prefeito de Capelinha, José Antônio Alves
de Sousa, o Zezinho da Vitalina, destacou a luta do Movimento UFVJM pelo ensino
superior, público, gratuito e de qualidade, lembrando da grande oportunidade
que os jovens têm hoje de cursar uma faculdade, coisa pensada para poucos há
alguns anos. Registrou o apoio político do Deputado Federal Reginaldo Lopes nesta
empreitada e agradeceu a parceria que a Reitoria da UFVJM vem tendo com
Capelinha.
O presidente da Câmara Municipal, Laerte Barrinha, também
hipotecou apoio a esta luta. A Secretária Municipal de Educação, Maria Eunice
Ribeiro, lembrou da luta dos pais para educarem seus filhos e do incentivo para
cursar faculdade. Porém, os jovens estudantes saem para outras cidades por não
ter em oportunidade na sua própria terra natal.
A prefeita de Aricanduva, Arlete Gomes, destacou o campus
universitário como o grande projeto de transformação econômica, social e
cultural de toda a região.
A Audiência Pública foi convocada pela Prefeitura
Municipal, tendo o apoio da Câmara Municipal e Movimento A UFVJM é nossa, tendo
acontecido nesta sexta-feira, 22.02, à tarde.
Palestras
O professor Pedro Ângelo Almeida Abreu, reitor da UFVJM, proferiu
palestra sobre o ensino universitário no Brasil e o grande avanço conseguido
nos últimos 10 anos, de 2003 a 2013. Disse que o número de matrículas
dobrou neste período, sendo o maior salto dado na história do Brasil. Porém,
lembrou que apenas 13% da população de 18 a 24 anos estavam nas
faculdades, enquanto o Chile possui 30% e Argentina 50%.
O reitor falou da oportunidade do Brasil avançar com a
expansão universitária para cidades como Capelinha, Araçuaí e Almenara. Lembrou
que o PNE Plano Nacional de Educação coloca como meta, em 10 anos, o
atendimento a 20% da população da faixa etária citada. Então, precisaria dobrar
o número de matrículas atual.
Assim, as cidades do Vale incluídas no PDI – Plano de
Desenvolvimento Institucional da UFVJM têm a grande oportunidade de realizar
este projeto de instalação de campus em suas localidades.
Um dos destaques da fala do Reitor foi a explanação sobre
o Parque Tecnológico que será instalado junto com o campus. Ele mostrou que há
um déficit de registro de novas tecnologias no nosso país. O Parque Tecnológico
possibilitaria a instalação de empresas, de testagem e produção de tecnologias
a partir de pesquisas de estudantes, mestres e doutores do campus, inclusive
apresentando soluções para grandes problemas apresentados pela sociedade local
e regional.
A professora Geralda Luíza de Miranda, da FAFICH/UFMG, fez
explanação sobre os cursos de Ciências Sociais, a formação acadêmica, campo de
trabalho e salários iniciais. Ela destacou a necessidade de cursos da
área de Ciências Sociais como fator essencial para o desenvolvimento
econômico-social com sustentabilidade e Justiça Social, principalmente para
regiões como o Vale do Jequitinhonha.
Após as palestras, foram realizadas perguntas sobre os
cursos, a UFVJM e viabilidade do campus. O reitor Pedro Ângelo informou que
seria interessante a escolha por área acadêmica afim, não dispersando em várias
áreas de conhecimento científico.
Álbano Silveira Machado, do Movimento UFVJM é nossa,
lembrou que dois seminários foram realizados no segundo semestre de 2012, para
dar embasamento para a população definir os cursos preferidos. As temáticas dos
eventos foram sobre os cursos de Ciências Agrárias e Licenciatura.
Debates em grupos
Os participantes foram divididos em 5 grupos para
facilitar um maior envolvimento dos presentes nas discussões.
Realizou-se debates profundos com argumentos bem engendrados pelos jovens
estudantes e participantes em geral. As duas áreas de conhecimento de Ciências
Sociais e Agrárias dividiam os embates.
No final, os cursos de Ciências Sociais como Direito,
Economia, Arquitetura e Urbanismo, Administração de Empresas, Gestão Pública,
Serviço Social e Comunicação Social foram destacados como prioritários.
Um número significativo de participantes optou pela área
de Ciências Agrárias com cursos como Engenharia Florestal e Agronomia. Outros
preferiam a área da Saúde.
No final, foi comunicado à Plenária que um Relatório será
elaborado pela Coordenação da Audiência Pública e encaminhado à Reitoria da
UFVJM.
Posteriormente, haverá a elaboração de um Projeto Técnico
que será apresentado à UFVJM e ao Ministério da Educação, onde serão anexados o
documento da Audiência Pública e a Escritura dos terrenos doados à UFVJM para
instalação do campus e Parque Tecnológico.
Foi informado pelo Secretário de Comunicação Social, Tico
Neves, que os dois terrenos terão 125 hectares, sendo 50 hectares para
o campus, na região do trevo da estrada de Novo Cruzeiro, e 75 hectares para
o Parque Tecnológico, perto do Aeroporto e Clube da AABB.
O prefeito Zezinho da Vitalina encerrou a Audiência
Pública parabenizando a todos, registrando o grande marco histórico daquele
evento nas comemorações do Centenário de Capelinha. Ele lembrou de grandes
lutadores por esta grande causa como o ex-prefeito Pedro Vieira da Silva e da
socióloga Maria do Rosário Sampaio.
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