Atingidos por barragens no Vale do
Jequitinhonha fazem assembléia e cobram por informações.
No dia 2 de dezembro de 2012, aconteceu a
primeira assembléia dos atingidos por barragem na comunidade de Funil,
município de Virgem da Lapa, divisa com Francisco Badaró/comunidade do Pacheco,
à beira do rio Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, nordeste de Minas.
Segundo Aline Ruas, coordenadora regional do
MAB - Movimento de Atingidos por Barragens, os moradores ficaram sabendo em
meados de setembro de 2012 que seria construído uma barragem naquela região,
mas ninguém lhes apresentou o projeto.
Os técnicos da empresa iniciaram a sondagem
e os estudos sem autorização dos proprietários, que estão sem informações se a
barragem seria para abastecimento de água ou para geração de energia.
“Os ribeirinhos como ficam, para onde vão se
essas barragens forem construídas?”, questiona Aline.
Em meados de novembro, pressionando por
informações, os atingidos exigiram que as sondagens fossem paralisadas enquanto
não soubessem, de fato, para que e para quem seria construída aquela barragem.
Somente após a paralisação da sondagem que
conseguiram informações da empresa. Ela se chama Alupar Investimentos SA, e é
uma empresa privada que pertence a um grupo internacional de geração e
principalmente transmissão de energia.
Somente no Rio Araçuaí ela tem autorização de
pesquisa para três Usinas Hidrelétricas, UHE Aliança, UHE Ivon e UHE Berilo.
Para o coordenador estadual do MAB, Moisés
Borges, a violação dos direitos tende a aumentar. “É um absurdo que empresas
estrangeiras venham nos nossos rios roubar nossas riquezas e deixar a população
com os prejuízos. O Vale do Jequitinhonha é muito rico e essas empresas querem
se apropriar de tudo, das nossas águas, das nossas terras sem nenhum tipo de
diálogo ou garantia dos direitos dos atingidos”, declarou.
Durante a Assembléia foi apresentada aos
atingidos a previsão das barragens para produção de energia na bacia do Rio
Jequitinhonha, que já possui duas grandes usinas e tem a previsão para mais 18
obras, entre grandes e pequenas hidrelétricas.
Além disso, as denúncias dos atingidos
comprovam mais uma vez que a construção de barragens segue um padrão de
violação dos direitos humanos.
Estas
informações são do MAB Movimento Atingidos por Barragens e de Alex Cardoso, da
comunidade de Roça Grande/Caititu de Baixo, no município de Berilo, comunidades
a serem atingidas pela barragem Ivon, a ser construída no rio Araçuaí, no
Funil/Pacheco.
Via
Blog do Banu
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