Foram certificadas mais de 4 mil pessoas e ofertados 218
cursos de qualificação presenciais por meio dos CVT’s.
Em 2011,
a estudante Polyana Barbosa, de 24 anos, alimentava o
sonho de entrar numa faculdade e finalizar uma formação acadêmica que lhe
permitisse transformar a sua realidade.
Neste mesmo ano, após ter concluído o ensino médio, ela
ficou sabendo que o Governo de Minas, através da Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), disponibilizava de forma gratuita para
estudantes de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, um curso preparatório para o
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no Centro Vocacional Tecnológico (CVT)
da sua cidade.
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Uma oportunidade se apresentava para que ela concretizasse
seu sonho. Matriculou-se no curso, frequentou as aulas, enfrentou o vestibular
e conseguiu aprovação no Curso de Engenharia Florestal em Diamantina e na
Universidade Federal do Paraná. Nesta última, classificou em 10º lugar. Polyana
estuda em Curitiba atualmente.
“O cursinho foi primordial para que eu conseguisse ser
aprovada, pois os professores são experientes e possuem total domínio da
matéria. Foram feitos muitos exercícios em sala de aula para maior fixação do
conteúdo e pude me preparar de forma adequada para o exame", comemorou.
Histórias de sucesso como a de Polyana estão sendo
escritas por todas as regiões do Estado e principalmente nos vales do
Jequitinhonha e no Mucuri. Hoje os CVTs são centros que oferecem, além da
preparação de estudantes para o Enem, dezenas de cursos de qualificação profissional
que permitem a inserção de milhares de mineiros no mercado de trabalho.
Eles são equipados com a plataforma de ensino a distância
Moodle, um sistema de gestão de aprendizagem a distância que permite a criação,
utilização e gerenciamento de cursos online. Minas Gerais é o 4º maior usuário
global da plataforma. Neste período a secretaria inaugurou 84 CVTs e 487
centros, somando 571 unidades distribuídas em 350 municípios mineiros.
De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior, Narcio Rodrigues, a efetividade de tantos programas em todo o Estado
tem uma importância significativa para o desenvolvimento econômico e social da
região.
Nas regiões dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri foram
certificadas mais de 4 mil pessoas e ofertados 218 cursos de qualificação
presenciais. Nas seis cidades onde os CVTs atuam - Capelinha, Jequitinhonha,
Minas Novas, Nanuque, Pedra Azul e Teófilo Otoni - foram realizados cursos de
artesanato, cafeicultura, confecção, fruticultura, inclusão digital, preparatório
para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), entre muitos outros.
Desde o começo da implantação da rede CVT em 2004, mais de
700 mil pessoas se formaram pelos cursos de ensino a distância (EAD). Somente
em 2011, cerca de 215 mil pessoas receberam certificados, maior número anual
desde o início do projeto.
Em Jequitinhonha, o centro local ajudou a transformar
desde 2009, as vidas de mais de 2,5 mil pessoas. Foram oferecidos além de
palestras sobre liderança, cursos de atendimento coletivo em legislação
tributária, atendimento empresarial, vendas, café empresarial, entre outros.
Leandra Santana, 20 anos, é outro exemplo de mineira que
transformou a sua realidade após ter passado pelo centro. Em 2011, participou
do curso de vendedor, uma parceria do CVT Jequitinhonha com o Senac de
Governador Valadares, e depois das aulas conseguiu um emprego com qualificação
salarial melhor.
Atualmente Leandra trabalha em uma das melhores lojas de
roupas da cidade, uma franquia de importante fábrica de confecção, sendo
classificada como a melhor vendedora da loja. “Melhorei muito o meu modo de
lidar com os clientes e pude aprender como é importante ter um bom atendimento.
Passei a utilizar técnicas de venda que o CVT me ensinou e minhas vendas
aumentaram consideravelmente”, conta a vendedora.
Minas Novas: CVT
Rural
Em Minas Novas, o Centro Vocacional Tecnológico possui o projeto “CVT Rural”, que leva cursos presenciais, em parceria com o Senac/MG, para as comunidades rurais. No ano passado o centro promoveu o curso de Derivados do Leite para a comunidade de Paudolinho, zona rural da cidade.
Dona Maria Salete, 56 anos, que construiu toda sua vida a
partir da lida no campo, frequentou as aulas e aprendeu como produzir e
armazenar os produtos e derivados do leite de forma correta. “O curso que
fizemos por meio do CVT foi muito importante pra nós aqui em casa porque
aprendemos a fazer iogurte. Atualmente produzimos e vendemos o produto aqui na
comunidade e ganhamos um bom dinheiro com isso. Antes vendíamos leite e não tinha
lucro nenhum”, conta Dona Maria.
Pedra Azul
Enquanto isto, o CVT de Pedra Azul foi inaugurado em julho de 2007, iniciando as atividades no mês de setembro do mesmo ano. Hoje o centro oferta cursos, palestras e capacitações nas áreas de artesanato, informática, empreendedorismo e qualificação profissional. De
Dos alunos que passaram pelo CVT, muitos conseguiram
ingresso no mercado de trabalho seja pelas competências adquiridas em cursos ou
por indicação do próprio CVT a entrevistas de emprego para empresas do
município e região. Dentre os alunos, destaca-se o sucesso de oito mulheres que
participaram dos cursos de patchwork (artesanato feito com feltro e retalhos de
tecidos), fuxico e confecção de camisetas de malha, ministrados pelo
laboratório de artesanato.
“Essas mulheres eram donas de casas, não tinham renda fixa
e, em sua maioria, não detinham habilidades com artesanato. Com o incentivo e
assessoramento do CVT, o grupo começou a se encontrar para aprimorar as
técnicas aprendidas nos cursos”, conta Sabrina Malta, coordenadora do
laboratório.
Após algum tempo de planejamento, organização e pesquisas
na execução de seus produtos, o grupo abriu a loja “Arte do Vale”, onde são
vendidas as peças confeccionadas por elas. Também participam de exposições e
feiras artesanais na cidade e em outras regiões do Estado. “Tivemos as nossas
vidas transformadas depois que realizamos os cursos do CVT. Isso elevou a nossa
autoestima e garantiu para todas nos a independência financeira”, conta Rita de
Cássia (61), uma das oito mulheres do grupo.
Teófilo Otoni
Exemplos de superação também fazem parte da história do CVT de Teófilo Otoni com personagens como a Dona Ivanete Pereira, 57 anos. Desempregada, ela se formou em 2011, no curso de secretariado. Seu desempenho nas aulas chamou a atenção do empresariado local e hoje ela retornou ao mercado do trabalho como atendente e auxiliar de decoração em uma empresa de festas infantis. “Estou muito feliz em estar trabalhando, pois acreditava que pela minha idade não conseguiria alcançar meus objetivos. Após ter realizado o curso no CVT pude perceber a importância de realizar novos cursos e atualizar os conhecimentos profissionais”, relatou a ex-dona de casa.
Perspectivas para o futuro
Durante os oito anos de trabalho, a Rede CVT atendeu à
demanda da sociedade por inclusão digital e aproximou áreas de governo e do
conhecimento, por meio das salas de videoconferência. No entanto, a partir de 2012, a rede avança para a
convergência digital, com novos conteúdos aplicados em web 2.0, atraindo um
público que quer se qualificar ou se requalificar para o mercado de trabalho,
mas que quer, também, relacionar-se nas redes sociais. Além disso, a rede terá
mais 20 pontos, em 20 localidades diferentes, totalizando 100 municípios
atendidos. Para 2014, a
meta é que todas as cidades mineiras com mais de 20 mil habitantes estejam
conectadas à Rede CVT.
Fonte: Agência Minas, via Farol Comunitário
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