quinta-feira, 13 de setembro de 2012

DIAMANTINA: BELEZAS NATURAIS, HISTÓRICAS E RELIGIOSAS ATRAEM VISITANTES


Diamantina, assim como as demais regiões mineradoras de Minas Gerais, desenvolveu-se a partir do diamante. Os portugueses que chegavam em 1691 e fixaram-se em 1693, vindos de Sabará em busca de ouro, deslumbraram-se com a descoberta do diamante.

Casa de Xica da Silva

A descoberta trouxe prosperidade à região e fez com que se consolidasse uma história e uma cultura diferenciadas do restante das colônias portuguesas pelo mundo.

Por dispor de poucos recursos para empreender a exploração no Arraial, em 1734, a Coroa Portuguesa entregou essa tarefa a particulares. No entanto, com intensas fraudes e abusos por parte dos controladores da exploração, a Coroa, em 1771, assumiu as tarefas com a constituição da Real Extração, contando com um Intendente que detinha amplos poderes.

A produção de diamantes passou por diversos períodos de prosperidade e decadência ao longo dos séculos XIX e XX. Na década de 90, a mineração tradicional começou a exaurir.

A partir da segunda metade do século XIX, Diamantina viveria um intenso surto industrial, notadamente do setor têxtil. Transforma-se também em importante e influente entreposto comercial, chegando a ser denominada Grande Empório do Norte.

Diamantina, nos últimos anos do século XX, em crise com a economia garimpeira, volta-se para a educação e o turismo, este último baseado em sua rica e incomparável cultura, representada pela sua arquitetura, religiosidade e musicalidade, reconhecidas pela Unesco através do título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Selecionamos algumas das diversas atrações naturais e culturais que Diamantina oferece e encanta seus visitantes.

Museu do Diamante - Construído no século XVIII, é este um dos prédios de maior significado histórico de Diamantina, por ali haver residido o Inconfidente Padre José de Oliveira e Silva Rolim, natural do Antigo Arraial do Tijuco e um dos principais implicados na chamada Conjuração Mineira de 1789. O Museu do Diamante foi criado em 12 de abril de 1954. Além de ocupar casa de grande importância histórica e arquitetônica, o Museu do Diamante detém acervo que constitui um significativo centro de memória da região de Diamantina. Este acervo representa objetos relativos à extração diamantífera e o contexto social da região mineradora dos séculos XVIII e XIX, reunindo ainda arte sacra, mobiliário, armaria, transporte, indumentária e outros objetos. Destacam-se, neste acervo, as pedras preciosas e semipreciosas, as balanças de pesagem de ouro e diamante, os oratórios característicos da região. Todo este acervo propicia uma visão abrangente da histórica região Diamantina.

Casa de Chica da Silva - Valoriza-se pela singularidade arquitetônica e pela crônica que a vincula à própria história do Arraial do Tijuco, na fase de maior fastígio da mineração do diamante. A Casa de Chica da Silva figura entre os mais interessantes exemplares de edificação residencial do período colonial mineiro. Por falta de documentação, desconhece-se a época precisa que foi construída. Sabe-se apenas ter pertencido ao contratador João Fernandes de Oliveira, que nela viveu em companhia da lendária Chica da Silva, provavelmente entre os anos 1763 e 1771. Anexa à lateral direita da casa, foi construída uma pequena capela, sob invocação de Santa Quitéria, segundo a tradição local para uso privativo de Chica da Silva. Demolida em época não identificada, teve reconstruída apenas sua fachada, em 1951, por iniciativa do Iphan. As divisões internas da casa são de pau-a-pique, os pisos em tábuas largas e os forros em esteira ou madeira, sacadas com treliça nas janelas e ampla varanda fechada por treliça.

Cachoeira dos Cristais - Esta é uma das mais belas cachoeiras da região a 14 km da cidade. Tem uma série de três cachoeiras, grande piscina natural com relevo e vegetação característicos de campo rupestre.
Cachoeira dos Cristais

Cachoeira das Fadas - Cachoeira com aproximadamente 30m de queda livre, com poço, e cercada de densa vegetação. O acesso é a 10 km de asfalto em direção a Belo Horizonte e 39 km de estrada de terra em boas condições de conservação, em direção ao distrito de Conselheiro Mata. Trilha em frente à escola de Conselheiro Mata.

Cachoeira da Sentinela - Na estrada para Biribiri, o Sítio da Sentinela destaca-se pelas cascatas, prainhas e bons poços para nadar a apenas 7 km da cidade.

Basílica Sagrado Coração de Jesus - A Basílica não integra o conjunto das igrejas barrocas mineiras, pois seu estilo é gótico. É toda de pedra, com vitrais maravilhosos, franceses, e no altar central de pedra e calcário encontram-se belos entalhes. Foi construída nos fins do século XIX.
Catedral Metropolitana - Construção recente, em 1940, a Catedral de Santo Antônio marca o centro da cidade e substitui a Antiga Sé que, originária do período colonial, serviu de matriz da freguesia e depois Sé do Bispado, até a edificação do novo templo. Está incluída no acervo paisagístico da cidade, tombada pelo Iphan. O frontispício segue o modelo das igrejas litorâneas brasileiras, principalmente da Bahia e Rio de Janeiro, construindo um bom exemplo de realização da arquitetura neocolonial.

Casa de Juscelino - Considerada por Juscelino Kubitschek um dos lugares santos de sua infância, a pequena casa onde viveu reflete, através da sua arquitetura extremamente simples, toda grandiosidade do caráter do ex-presidente, marcado, segundo ele mesmo informou, como definidor de sua personalidade e formação cultural. Foi desapropriada e transformada em Museu.

Casa de Juscelino
Cachoeira Batatal - Encachoeirados com águas cristalinas a 14 km da cidade.

Igreja do Rosário - Construída em 1731, pelos negros escravos, é a mais antiga igreja da cidade. A Igreja dos Negros ostenta gracioso frontão rococó, ladeado por uma árvore torre, no seu lado esquerdo. Destacam-se a pintura da capela-mor, de autoria de José Soares de Araújo, e as imagens, em sua maioria, de santos negros. Na praça fronteira, estão o Chafariz do Rosário, construído em 1787, e a gameleira, que cresceu e enlaçou o antigo cruzeiro. A gameleira brotou de dentro do cruzeiro, envolvendo-o e elevando-o entre seus galhos: a cruz está suspensa e envolvida pela árvore. Diz a lenda que esse fato foi profetizado pelo cidadão Júlio Fonseca, que, ao se confessar para morrer, disse que se sua alma se salvasse algo extraordinário ocorreria com o cruzeiro que ele construiu. Passado algum tempo após a morte, começou a nascer no tronco da cruz uma pequena planta. Essa planta cresceu deitando raízes no chão e levantando a cruz. Esse era o sinal de que a alma de Júlio Fonseca se teria salvado. Do lado direito da igreja, erguia-se o belo Teatro Santa Isabel, que depois deu lugar ao prédio da Cadeia Pública, hoje desativado. Nesta igreja, acontece todos os anos uma festa animada por novenas, mastro, procissão e reinado, com viva participação dos grupos folclóricos de Diamantina e região, como marujada, pastorinhas, caboclinhos.

Biribiri - Antiga fábrica têxtil, foi uma das primeiras do Brasil a utilizar o sistema inglês de fábrica, onde era autossuficiente e abrigava seus trabalhadores. Criada pelo Bispo D. João Antônio dos Santos, em 1876, hoje está desativada. Possui uma capela onde repousam os restos mortais de Joaquim Felício dos Santos, grande historiador. Foi cenário do filme brasileiro A Dança dos Bonecos. Fica a 15 km da cidade.

Cachoeira do Barão - Cachoeira com 5m de queda livre, com poço não muito profundo e fica a 30 km da cidade.

Cachoeira do Telésforo - A mais bela cachoeira de Conselheiro Mata, distrito de Diamantina, com praia de areia branca e fina, local excelente para camping. Fica a 53 km da cidade.

Sobre o Autor: Bernardo Vieira
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    Bernardo Vieira

    Sou mais um apaixonado pelo Vale do Jequitinhonha e suas riquezas. Venho, através deste blog, tentar expandir a cultura do vale, bem como trazer novidades e coisas úteis em geral. Formado em Administração pela UFLA - Universidade Federal de Lavras e Funcionário Público Estadual (TJMG). contato pelo email: nabeminasnovas@yahoo.com.br ou bernardominasnovas@hotmail.com.

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