Reitor da UFVJM parabeniza Capelinha pela mobilização
social e conquista da primeira etapa na implantação de campus, mas alertou para
necessidade de gestões políticas junto ao MEC e Governo Federal.
O Reitor Pedro Ângelo Almeida Abreu, afirmou que “o Movimento
a UFVJM é nossa desencadeou uma grande mobilização social para a conquista de
campus. Capelinha está de parabéns por esta primeira vitória. Agora, é
necessário fazer gestões junto ao Ministério da Educação para a concretização
da proposta. A UFVJM está fazendo a sua parte”. Assim pronunciou o Reitor da
UFVJM, no Seminário sobre implantação de campus em Capelinha, no Alto
Jequitinhonha, nordeste de Minas.
O evento foi organizado pelo Movimento A UFVJM é nossa, com apoio da
ACIAC - Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de Capelinha, APERAM
Bioenergia, Prefeitura e Câmara Municipal.
Ele acredita que com a doação de um terreno à UFVJM e a
escolha de cursos pela população feita em Audiência Pública
o campus pode se viabilizar com mais facilidade e adiantar uma decisão do
Ministério de Educação e Presidência da República.
Pedro Ângelo informou que um campus com cerca de 7 cursos demanda
recursos de cerca de R$ 70 milhões, com 100 professores e 150
técnico-administrativos.
Vários questionamentos foram proferidos em relação ao
calendário de implantação de campus. Ele reforçou a afirmação que a UFVJM vem
cumprindo a sua parte. O resto é com o MEC, através de pressão política.
"Se houver pressão, pode começar em 2014, em 2013 é impossível",
concluiu. Pedro Ângelo afirma que o Prefeito Pedro Vieira já esteve com ele e o
Deputado Reginaldo Lopes (PT) no MEC,em Brasília, fazendo gestões para viabilizar
o projeto do campus.
Terreno para a
construção
Ao chegar em Capelinha, na parte da manhã, o Reitor Pedro Ângelo vistoriou algumas áreas da APERAM, acompanhado por uma Comitiva do Movimento A UFVJM é nossa, de técnicos da empresa e de representantes políticos da Prefeitura de Capelinha.
Logo após o Seminário, o Reitor se reuniu no escritório da
APERAM com o Diretor Estadual Paulo Sadi, representantes políticos da
Prefeitura de Capelinha e o presidente da ACIAC – Associação Comercial,
Industrial e Agropecuária de Capelinha, Maurício Teixeira.
Na reunião, ficou definido que a área mínima do campus
seria de 35 hectares. Se houver cursos de Ciências Agrárias e necessitar
de uma Fazenda Experimental a área poder ser maior. Depende dos cursos a
serem escolhidos pela população.
A Prefeitura Municipal fará a doação da área necessária à
UFVJM, em uma parceria com a APERAM. A área a ser escolhida será determinada
através de estudos técnicos do Departamento de Infra-Estrutura da UFVJM que
serão feitos nos terrenos da empresa nas proximidades da cidade.
O Diretor da APERAM, Paulo Sadi, informou que a empresa
está disposta a contribuir para que o projeto possa se concretizar, ajudando a
cidade a se desenvolver.
Exemplo de democracia.
“Este é um exemplo para a implantação de um campus
universitário. A sociedade de Capelinha está de parabéns por esta iniciativa de
realização de um debate democrático”.
Esta foi a afirmação do professor Joerley Moreira, vice-diretor da Faculdade de Ciências Agrárias, da UFVJM – Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em palestra no Seminário, na Câmara Municipal. Natural de Rubim, no Baixo Jequitinhonha, e com muitas pesquisas na região, ele discorreu sobre cursos de Ciências Agrárias (Engenharia Florestal, Agronomia, Zootecnia, Engenharia Hídrica e outros). Destacou a importância desta área da ciência para o atendimento a uma vocação e impulso ao desenvolvimento regional.
Professor João Valdir Alves de Souza, da UFMG, emocionou a
todos com sua sensibilidade e profundo conhecimento da educação, relembrando
suas raízes no Vale, na cidade natal de Turmalina.
João Valdir Alves de Souza, professor da UFMG, Coordenador
do Colegiado Especial de Licenciatura, levantou a platéia com suas intervenções
emocionantes em defesa da formação de professores da educação básica. Falou
sobre sua origem, na zona rural, à beira do rio Itamarandiba, em Turmalina. A plenária
formada majoritariamente por professores, gestores da educação e estudantes, se
levantou várias vezes para aplaudi-lo pela sua defesa da profissão do professor
e da valorização da qualidade de ensino nas modalidades da educação infantil,
ensino fundamental e médio.
João Valdir defendeu a criação de cursos de Licenciatura e
se colocou à disposição para participar em outros momentos para que esta meta
seja alcançada.
Disse que esta formação básica era primordial até mesmo
para formar estudantes que chegam à Universidade melhores qualificados e com
consciência crítica.
Álbano Silveira Machado (Banu), do Movimento A
UFVJM é nossa falou do desafio de construção de um campus com a
participação de toda a sociedade e registrou a grande mobilização social que
Capelinha desencadeia para alcançar seu sonho.
Rômulo Barbosa, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Social
da UNIMONTES, dissertou sobre a experiência de uma Universidade regional e seu
compromisso com o povo do seu território. Ele foi taxativo em dizer que uma das
coisas que não se poderia abrir mão na implantação do campus seria a qualidade
do ensino, pesquisa e extensão.
A professora aposentada Neném Sampaio, do Movimento A
UFVJM é nossa, disse que este Seminário era um grande passo para a
conquista do campus. O Movimento continuava na luta com Capelinha e
região (Foto: José Carlos Machado)
Após as palestras, aconteceu o debate com diversas
perguntas e as possibilidades de um ou outro curso. Todos os palestrantes
destacaram que a escolha dos cursos seria feita pela população de Capelinha e
representantes dos 25 municípios da microrregião.
Foi acordado que seminários e encontros para discussões
específicas das áreas de Licenciatura, Ciências Agrárias e Ciências Sociais
Aplicadas deveriam se realizar para aprofundar os conhecimentos e balizar as
decisões de cursos a serem instalados no campus da UFVJM em Capelinha.
Depois, o próximo passo seria apresentar um projeto ao MEC
com a doação oficial da área para construção do projeto de uma Cidade
Universitária.
Fonte: Blog do Banu
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