Desta vez, foi um casarão
colonial na Rua Tiradentes, no centro da cidade.
O incêndio ocorreu no início da noite desta sexta-feira 09/03/2012
e as chamas atingiram os dois pavimentos do ‘Sobradão’, edificado ainda no ano
de 1790.
Casarão do século XVIII é consumido pelas chamas em Itamarandiba - Foto W. Almeida |
Um caminhão pipa foi utilizado para
conter as chamas e evitar que as residencias próximas também fossem atingidas.
Em 1999, no episódio que ficou conhecido como ‘Abril Vermelho’, um outro
incêndio de mesma proporção consumiu a igreja matriz da cidade, construção em
estilo barroco que contava a época com mais de 234 anos, uma perda jamais
resgatada do Patrimonio Histórico, Artistico e Paisagistico de Minas Gerais.
Em 2003, de acordo com a Folha de São
Paulo,um laudo do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais apontou o risco de
desmoronamento do ‘Sobradão’ e em construções históricas de outras doze cidades
mineiras. Em 2009, o Ministério Público de Minas Gerais instaurou uma ação
civil pública e a justiça determinou, liminarmente, que o Município de
Itamarandiba, bem como o proprietário do imóvel, realizasse obras emergenciais
para evitar o desmoronamento ou outro dano irreparável ou de difícil reparação
no casarão histórico.
A ação civil pública também previa
a obrigação do Município e do proprietário do imóvel restaurar
integralmente o edifício histórico no prazo de doze meses, de acordo
com projeto técnico a ser elaborado por profissional habilitado
aprovado pelo Conselho Municipal do Patrimõnio Cultural de Itamarandiba e pelo
Instituto Estadual do Patrimonio Histórico e Artistico de Minas Gerais – IEPHA.
Ainda de acordo com pedidos do
Ministério Público, em trinta dias o município deveria de colocar lonas para
conter infiltrações; efetuar o escoramento adequado, capina dentre outros, sob
pena de incorrer, a época, em multa diária de dois mil reais. Apenas as
obrigações de carácter emergencial foram atendidas, enquanto que o Município e
o proprietário do imóvel não promoveram a restauração do imóvel. Até o momento,
não se sabe as causas do incidente, no entanto o imóvel que estava desocupado,
de acordo com moradores, não possuia ligação elétrica.
A população itamarandibana segue
indignada com mais um episódio que macula a memória e consome o patrimonio
histórico do município e reclama da ausencia de políticas de prevenção como a
instalação de hidrantes nas próximidades das dezenas de casas, casarões e
igrejas tombados pelo patrimonio histórico em todo município e
reivindicam, ainda, do Governo do Estado, a instalação de pelotão do Corpo
de Bombeiros Militar de Minas Gerais na cidade, a fim de que o Estado
assegure o dever ser de proteção ao patrimonio histórico, cultural, artístico e
paisagístico do município.
População reclama da ausencia de
hidrantes nas próximidades de imóveis históricos e de uma unidade do corpo de
bombeiros na cidade.
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