Por Tadeu
Martins
Comentário Publicado no Grupo BR 367: Eu
quero asfalto
Via Blog
Onhas
Durante o governo Juscelino
Kubitscheck de Oliveira (1956
a 1961), foi planejada uma estrada que tinha por
objetivo alavancar o desenvolvimento da região, unindo Diamantina a Porto
Seguro (BA).
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Foto postada no Grupo BR 367: Eu quero Asfalto! |
O projeto se materializou na BR 367
que sai de Diamantina, como a fazer companhia ao Rio Jequitinhonha, cortando
grande parte do Vale. Passa pelas cidades de Couto Magalhães, Turmalina, Minas
Novas, Chapada do Norte, Berilo, Virgem da Lapa, Araçuaí, Itinga, Itaobim,
Jequitinhonha, Almenara, Jacinto, e Salto da Divisa. Já na Bahia, nas cidades
de Itagimirim, Eunápolis e Porto Seguro, num total de 733 km .
A BR 367 começou a ser asfaltada em 1979
e não terminou até hoje. Quase 60 anos depois de iniciada, continua inacabada,
sem asfalto em mais de 100 km ,
com pontes de madeira e mesmo o trecho asfaltado, na sua maioria continua em
estado precário. Muito já se gastou. Várias e intermináveis reuniões já
foram feitas, no Vale, em
Belo Horizonte e em Brasília. Promessas
são comuns em períodos eleitorais e de concreto, nada.
No 24º Festivale, na cidade de
Araçuaí, no dia 29 de julho de 2006, mais de 1.000 pessoas, entre artistas,
políticos, professores, artesãos, instituições, e público presente no evento,
indignados com esse descaso político e de desrespeito com o povo do Vale,
assinaram a Carta do Jequitinhonha, que foi encaminhada na época ao Presidente
Lula, ao Governador Aécio Neves e ao ex-ministro Nilmário Miranda, então
candidato ao Governo de Minas.
Em 20 de junho de 2008, a Comissão de
Transporte, Comunicações e Obras Públicas da Assembléia Legislativa de Minas
Gerais deslocou-se para Minas Novas para discutir o tema e a situação
específica do abandono rodoviário em que se encontrava a população de Minas
Novas, Chapada do Norte e Berilo. Além do deputado Paulo Guedes (PT) que
presidiu a audiência, compareceu os deputados Carlos Pimenta (PDT) e Délio
Malheiros (PV). O deputado federal Gilmar Machado (PT-MG), da Comissão de
Orçamento da Câmara, e o superintendente regional do Departamento Nacional de
Infra-Estrutura de Transporte (Dnit) atenderam ao convite da comissão, bem como
o coordenador regional do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG) em
Araçuaí, Marco Antônio de Lima.
Pelos esclarecimentos prestados
durante a reunião, o convênio para concluir a rodovia vigorava desde 1989,
entre o antigo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) e o DER-MG.
Depois de todo esse tempo, os valores ficaram defasados e uma das empreiteiras
entrou em estado pré-falimentar. A situação jurídica chegou a tal ponto de
impasse que a solução foi rescindir o contrato.
Um viaduto de 130 metros , sobre o Rio
Fanado, que permitiria retirar o tráfego pesado de dentro da cidade histórica
de Minas Novas está inacabado. A obra não foi concluída, porque os acessos
chamados “encabeçamentos” foram danificados pela erosão. O representante do
DER-MG anunciou na reunião que estão assegurados R$ 1,1 milhão para
recuperá-los e concluí-los. Cerca de R$ 300 milhões serão necessários para
transformar a BR-367 no corredor de transporte para o qual foi projetada, para
permitir deslocamentos turísticos, o escoamento da produção, a movimentação de
cargas e incrementar as oportunidades de desenvolvimento que poderão surgir com
a Usina Hidrelétrica de Irapé.
Na reunião de 2008 o deputado Federal
Gilmar Machado (PT) disse que o problema da BR-367 não era a falta de dinheiro,
mas as questões jurídicas, ambientais e licitatórias para o reinício das obras.
E afirmou: “Há dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para
isso. O DNIT vai assumir a obra e conseguir as licenças ambientais
necessárias”. O engenheiro Carlos Rogério Caldeira, do Dnit, disse que a obra
poderia ser iniciada dentro de um ano, e levaria mais três anos para ser
concluída, com asfaltamento do trecho Minas Novas a Virgem da Lapa (70 km ) e Jacinto a Salto da
Divisa (60 km ),
além da recuperação de outros trechos já asfaltados que não têm acostamento.
Segundo ele, o processo de licitação dos projetos de engenharia poderia começar
em julho de 2008, mas demandaria um ano para ser concluído.
Quase 3 anos já se passaram desta
reunião e as obras anunciadas estão onde sempre estiveram, nos planos
engavetados, empurrados com barriga. O Vale continua descarregando a sua
votação em deputados estaduais e federais que pagam pelos votos aos seus cabos
eleitorais. Esta é a causa do descaso político. E o resto, é conversa pra boi
dormir.
Na eleição presidencial de 2010, a candidata Dilma
Rousseff, atual Presidente, prometeu que acabaria de uma vez por todas com esta
situação. O Vale do Jequitinhonha precisa desta estrada. Infelizmente os
prefeitos da nossa região atuam de acordo com cada um dos seus deputados, o que
impede uma articulação coletiva, já que os interesses políticos e pessoais são
colocados acima dos interesses da comunidade do Vale.
É importante que todos se
conscientizem que essa realidade só será modificada, se houver uma ação
contínua da comunidade de cada município e também de todo o Jequitinhonha, para
reivindicar, ou melhor, exigir o fim desta lamentável situação que já se
arrasta por quase 60 anos.
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das discussões do Grupo “BR 367: Eu
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1 comentários:
Parabéns pela iniciativa de fato este problema tão fácil de ser resolvido a nível nacional e estadual, os envergonha saber que após tantos anos e tantos acidentes ainda não tenha sido resolvido. No último Carnaval nos conterraneos - Padre Paraíso se envolveu em um acidente na ponte logo após Almenara e está até hoje na UTI em BH e sofre o sério risco de ficar tetraplégico. Autoridades acordem antes que seja um dos seus.
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