O maior
desmatamento se deu
Foto meramente ilustrativa |
- O resultado mostra que você está reduzindo a dinâmica do
desmatamento. Embora esteja ocorrendo conversão de vegetação nativa, isso está
ocorrendo num ritmo menor - avaliou a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira.
Para o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA,
Bráulio Dias, houve vários fatores que contribuíram para o resultado.
- Houve grandes ganhos de produtividade (na agricultura),
portanto não há tanta necessidade de expansão das áreas. É um dos fatores.
Outro é o avanço nos últimos anos de fiscalização. Como temos dados melhores de
monitoramento, sabemos onde alocar os recursos de fiscalização - afirmou o
secretário.
No Pantanal, foram desmatados 188km² no período 2008-2009
(uma taxa média anual de 0,12% do bioma), enquanto nos seis anos anteriores
4.279 km² de vegetação nativa haviam sido convertidos para uso humano. De
130.212 km² em 2002, restam agora 125.708 km². O município que mais desmatou
foi Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com 67,64 km². Isso se explica porque o
município é o maior em extensão na região.
Apesar de ser um dos biomas mais bem conservados do país,
o secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, Bráulio Dias, chamou a
atenção para uma mudança no tipo de desmatamento no Pantanal, que antes se
concentrava na borda do bioma.
- O preocupante é que agora a frente de desmatamento está
saindo do entorno do bioma, e estamos detectando no interior do Pantanal. Isso
significa conversão da vegetação natural para pasto.
No Pampa, no Rio Grande do Sul, 331 km² de vegetação nativa
foram convertidos para uso humano no período 2008-2009, o equivalente a 0,18%
do bioma.
- No Pampa, há pressão de rizicultra, pressão para
reflorestamento de eucaliptos. Existe uma pressão por papel não só no Brasil,
mas também pelas empresas instaladas no Uruguai. Também há pressão da
agropecuária, para conversão da vegetação nativa em pasto - afirmou Bráulio
Dias, destacando ainda que, para preservar o Pampa, o ministério está
incentivando o uso da própria vegetação do bioma como pasto.
Já a Mata Atlântica, o bioma menos conservado entre os
três, foi também o com menor taxa de desmatamento no período: 0,02%. Para Dias,
isso significa que o Brasil está no caminho do desmatamento zero da Mata
Atlântica. Alguns estados, como o Rio de Janeiro, Pernambuco, Alagoas, Rio
Grande do Norte e Paraíba, tiveram desmatamento zero no período.
Nesse bioma, o
maior desmatamento se deu em
Minas Gerais , com 115,8km² dos 248,8 km² desmatados em todo o
país. Também está em Minas o município que mais desmatou: Jequitinhonha, com
21,7 km². Em
termos proporcionais, o estado que mais desmatou foi a Bahia, com 0,06% de sua
área total de Mata Atlântica. Juntos, Minas e Bahia responderam por 73% do
desmatamento no período 2008-2009.
A ministra Izabella Teixeira ressaltou que os dados
apontam tudo o que foi desmatado em áreas acima de três hectares, mas não é
possível discernir quanto disso é legal e quanto é ilegal. Bráulio Dias
destacou que o ministério pretende ampliar a resolução das imagens de satélite,
permitindo ver propriedade por propriedade.
No período 2008-2009, o bioma brasileiro mais desmatado
foi o cerrado, com 7.637 km² convertidos para uso humano, ou 0,37 de sua área
total.
O evento em que os dados foram anunciados também foi o
último de que Bráulio Dias participou como secretário do ministério. Na semana
que vem ele assume o cargo de secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade
Biológica da ONU, com sede em Montreal, no Canadá.
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