quinta-feira, 11 de julho de 2013

CAPELINHA-MG: ATÉ PREFEITO MORTO ‘LIBEROU’ VERBA PARA ESQUEMA CRIMINOSO

Empresa beneficiada foi alvo da operação Violência Invisível.
Documento da prefeitura mostra transferência à Digicorp um dia depois da morte do prefeito.

Enquanto seu corpo era sepultado no cemitério de Capelinha, no Vale do Jequitinhonha, no dia 10 de dezembro do ano passado, o então prefeito reeleito Pedro Vieira (PSDB) “autorizou” transferências dos cofres da prefeitura que somaram R$ 763.465,25 com o uso de sua senha. As movimentações bancárias aconteceram não só naquele dia, mas também nos dois posteriores.
A suposta falsificação da assinatura digital do prefeito é um novo desdobramento, a que O TEMPO teve acesso, do esquema debelado na semana passada pela operação Violência Invisível, da Polícia Federal, realizada em 11 municípios mineiros.

A PF em Montes Claros promete concluir hoje a análise da documentação que foi recebida também pela reportagem. ]O caso de Capelinha é parecido com o das demais cidades. Em licitações fraudadas, prefeituras firmaram contratos com a Digicorp, empresa que simulava a aquisição, no mercado, de precatórios que eram falsos. A promessa da Digicorp era usar esses títulos para que os municípios abatessem suas dívidas com a União. Contudo, a Receita identificava a fraude e não pagava. Mesmo assim, as prefeituras faziam os repasses à firma.

O esquema, segundo a PF, gerou um rombo superior a R$ 4,5 milhões em Capelinha. Só em 10 de dezembro, foram transferidos R$ 216.797,68 para a empresa.
Após a morte de Vieira, por infarto, assumiu o Executivo sua vice, Hedy-Lamar Cordeiro (PV). “Tomei posse às 13h30, e as movimentações bancárias foram até o meio-dia. Quando eu cheguei à prefeitura, não havia sequer um funcionário”, relatou Hedy-Lamar, que ficou no cargo apenas dois dias após tomar conhecimento das fraudes.

“Um contador disse que aquilo ali era perigoso, porque essa empresa já tinha tido problemas em outros municípios”. A ex-vice conta que o contrato com a Digicorp foi firmada em 2010.

A reportagem entrou em contato com o chefe de gabinete do Executivo, Wellington Vítor, mas não teve sucesso. Em contato na última semana, ele afirmou que a prefeitura tinha sido “vítima” da companhia e que o contrato com a Digicorp havia sido encerrado em 13 de janeiro deste ano.

A informação diverge da nota enviada à PF, na qual a prefeitura afirma ter cancelado o serviço logo depois que “a compensação realizada pela empresa contratada não (ter sido) aceita pela Receita Federal”. Porém, a rescisão só ocorreu três anos após a assinatura.


Fonte: O Tempo

Sobre o Autor: Bernardo Vieira
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    Bernardo Vieira

    Sou mais um apaixonado pelo Vale do Jequitinhonha e suas riquezas. Venho, através deste blog, tentar expandir a cultura do vale, bem como trazer novidades e coisas úteis em geral. Formado em Administração pela UFLA - Universidade Federal de Lavras e Funcionário Público Estadual (TJMG). contato pelo email: nabeminasnovas@yahoo.com.br ou bernardominasnovas@hotmail.com.

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