Em Araçuaí e Berilo, os últimos concursos realizados pelas
administrações anteriores estão sob investigação.
População de São João da Ponte protesta contra irregularidades na aplicação do dinheiro público.
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O Ministério Público de Minas Gerais investiga fraudes em concursos
públicos feitos por prefeituras do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha. Há
indícios de irregularidades cometidas por empresas contratadas para elaborar as
provas, em gestões passadas, nos municípios de São João da Ponte, Matias
Cardoso e Augusto de Lima, no norte de Minas; e em Araçuaí e Berilo, no Vale do
Jequitinhonha.
As empresas favoreciam pessoas indicadas pelo Executivo com respostas
corretas das provas aplicadas. Ou então, cópias de provas similares, aplicadas
em outras cidades, eram utilizadas por candidatos protegidos.
Os atuais prefeitos destas cidades assinaram Termo de Ajustamento de
Conduta (TAC) com o Ministério Público, se comprometendo a investigar as
denúncias de fraudes e, caso comprovadas, realizar novo concurso.
Em São João da Ponte, o prefeito Sidnei Pereira da Silva assinou, em
maio, o TAC cancelando o concurso feito em 2010 para preencher 357 cargos com
salários de até R$ 1.500. O promotor Célio Dimas Rias informa que o prefeito se
comprometeu a realizar novo concurso até dezembro deste ano.
Segundo o MP, a Seletiva Concursos, Auditoria e Treinamentos, de Belo
Horizonte, foi contratada sem licitação pelo ex-prefeito Fábio Luiz Fernandes
Cordeiro (PTB) para realizar o concurso e supostamente favorecer pessoas
ligadas ao seu grupo político. As provas foram aplicadas para 2.650 candidatos
que disputavam 357 vagas com salários entre R$ 550 e R$ 1.500.
De acordo com o promotor, no TAC é pedida a revisão, até 20 de julho, de
todos os servidores contratados sem concurso, além da realização de novo
processo seletivo até dezembro.
Foi pedida a demissão imediata, por prática de nepotismo, de todos os
ocupantes de cargos de comissão com parentesco até terceiro grau com o prefeito
eleito Geraldo Paula da Costa (PPS). Conhecido como Gê Paula, ele faleceu nove
dias após a posse no cargo.
Multa
O texto exige, ainda, a demissão imediata de servidores que tenham parentesco com o atual prefeito ou membros da Câmara. A multa por descumprimento é de R$ 5.000 por servidor não concursado que ainda continuar no cargo.
Procurada, a diretoria da Seletiva Concursos não foi encontrada e nem respondeu aos e-mails enviados. O ex-prefeito Fábio Luiz Fernandes Cordeiro também não foi localizado para comentar as denúncias ocorridas em sua gestão.
Vale do Jequitinhonha
Em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha, o último concurso, realizado no
final do ano passado durante a gestão anterior, também está sob investigação
após denúncias de irregularidades. De acordo com o atual prefeito,
Armando Paixão (PT) há suspeitas que pessoas próximas ao ex-prefeito Aécio
Jardim (PDT) foram beneficiadas.
Em Berilo, também no Vale do Jequitinhonha, um concurso realizado em
2011, é alvo de anulação por parte do Ministério Público, pois candidatos
tiveram acesso a provas aplicadas pela empresa Magnus Consultores na cidade de
Vazante, no noroeste de Minas.
As provas eram idênticas às aplicadas no concurso público em Berilo,
aplicadas pela mesma empresa.
Fonte: Hoje em Dia, com alterações do Blog do Banu
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