A Petrobras vai investir R$ 200 milhões nos próximos 12
meses para a construção de 20 mil sistemas de captação e armazenamento de água
no Semiárido brasileiro no Programa Uma Terra, Duas Águas (P1+2), beneficiando
diretamente cerca de 100 mil pessoas, de 210 municípios (60% na área de
influência da companhia) nos estados da Bahia, do Sergipe, de Alagoas, Pernambuco,
do Rio Grande do Norte, do Piauí, da Paraíba e do Ceará, além do Vale do
Jequitinhonha, em Minas Gerais.
A Petrobras informou que será feita a opção por um dos
quatro tipos de sistemas de captação e armazenamento dependendo das condições
de cada região: cisternas calçadão, cisternas de enxurrada, barreiro trincheira
e barragens subterrâneas. “Todas elas são consideradas soluções simples, de
baixo custo, fáceis de serem implementadas e já adaptadas às condições de vida
da população rural do Semiárido”, informou a empresa.
Para a execução do projeto serão capacitados, no período
de um ano, 1.300 pedreiros em técnicas de construção destinadas à captação de
água de chuva. Também está prevista a construção de locais para armazenamento
de sementes e viveiros de mudas. Essas ações fazem parte de uma estratégia mais
ampla cujo objetivo é apoiar a articulação, o fortalecimento e a emancipação da sociedade civil
por meio da capacitação para o manejo sustentável da terra e das águas.
O programa será desenvolvido pela Associação Um
Milhão de Cisternas Rurais para o Semiárido Brasileiro (AP1MC), organização
vinculada à Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). Em entrevista à Agência
Brasil, o presidente da ASA, Naidison de Quintella Baptista, disse que a
iniciativa faz parte de uma experiência já em curso na região do Semiárido e
que agora terá apoio da Petrobras.
“Com a entrada da Petrobras, a experiência assume uma
dimensão de fundamental importância para a região, porque insere a empresa no
programa de erradicação da extrema pobreza no Brasil ao criar condições de
viabilidade para o Semiárido brasileiro, em particular no Nordeste, propiciando
a melhoria das condições de vida da população da região”.
A ASA é reconhecida hoje como uma das maiores
articuladoras e mobilizadoras em prol da água no mundo pela experiência
acumulada na implementação de projetos dessa natureza e pela efetividade dos
resultados já alcançados.
Para o presidente da ASA, a iniciativa da Petrobras
causará um impacto muito forte, propiciará o desenvolvimento da região e a
fixação das famílias no Semiárido. Segundo ele, são 100 mil pessoas que
passarão, com seus animais e plantações, a terem melhores condições de
existência.
“Esse número na verdade será ainda maior se for
considerado o processo de intercâmbio entre as famílias, de troca de
experiências bem sucedidas onde são difundidas boas práticas de
convivência. Podemos então calcular que os benefícios poderão atingir cerca de
130 mil a 140 mil pessoas”.
Os 20 mil sistemas serão destinados à captação da água da chuva,
que poderá ser utilizada na produção de alimentos e na criação de animais para
o consumo de subsistência, além de trocas solidárias e comercialização em
pequena escala. Apesar de ser caracterizada por longos períodos de seca, a
região registra, em média, 750 milímetros (mm) de chuva por ano, o que
garante a disponibilidade de água para os reservatórios.
A empresa informou que, na escolha das famílias que
receberão os sistemas, será dada prioridade àquelas que têm renda per capita
familiar de até meio salário mínimo, localizadas na zona rural, com crianças de
até seis anos ou com crianças e adolescentes matriculados e frequentando a
escola.
Também serão consideradas famílias que tenham adultos com
idade igual ou superior a 65 anos, deficientes físicos ou mentais e que tenham
mulheres como chefes de família. Entre as condições técnicas, serão analisados
aspectos relacionados à área disponível, características geológicas e de solos.
Segundo informações da Petrobras, o Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome solicitou a participação de empresas e
instituições no combate à seca e na estruturação de políticas públicas na
convivência com o Semiárido. Após análise do programa, a companhia decidiu
investir R$ 200 milhões, no período de 12 meses, no Programa Uma Terra, Duas
Águas.
A estatal informou que a ação integrará o Programa
Petrobras Desenvolvimento & Cidadania. Por meio do programa, a Petrobras
apoia projetos sociais em todo o país para promover a garantia dos direitos da
criança e do adolescente, a geração de renda e oportunidade de trabalho e a
qualificação profissional.
Cerca de 60% dos municípios beneficiados com os sistemas
estão na área de influência do Sistema Petrobras e são considerados
estratégicos para a companhia, que tem ampliado continuamente sua presença no
Nordeste e no Semiárido.
Segundo informações da Petrobras, atualmente a região tem
unidades de exploração e produção, refino, usinas de biodiesel, fábricas de
lubrificantes e de fertilizantes, além de redes de dutos, gasodutos e postos de
combustíveis.
Fonte: JB
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