Estrada, novo disco do cantor e compositor mineiro
Rubinho do Vale, serve não apenas de pretexto para a comemoração de
seus 30 anos de carreira, mas também para marcar o retorno do artista ao
repertório destinado ao público adulto, pois há 20 anos ele tem lançado álbuns
autorais dedicados às crianças.
Há cinco anos Rubinho não lançava um trabalho para os maiores de 10 anos. Para gravar o novo disco, ele tirou da gaveta as composições que vinha guardando. A noite de autógrafos será hoje, no Boi Lourdes, emBelo Horizonte. O show está previsto para janeiro.
“Por causa dos 30 anos de carreira, pensei em fazer coletânea, mas acabei optando por gravar só inéditas”, conta Rubinho. São 13 faixas, quase todas assinadas pelo artista, que selecionou também parcerias com Gildes Bezerra (Percurso), Wesley Pioest (Conforme o vento), Geovane Figueiredo (Jequitinhonha), Paula Benevides (Prelúdio do interior) e João Evangelista (Galope).
Jequitinhonha
O repertório é aberto com BH, Barcelona e Berlim, canção na qual Rubinho exalta o caráter universal da música. O artista segue fiel a elementos estéticos que ajudam a identificar facilmente seu trabalho com o universo interiorano, seja na letra ou na melodia. “Não gosto muito da expressão música regional, pois quando canto a minha região, o Vale do Jequitinhonha, canto o mundo”, explica ele – nascido na cidade de Jacinto e criado em Rubim.
Essa impressão pode ser reforçada pela participação de quatro convidados especiais do disco: o violeiro Ivan Vilela, o cantor e violinista Antônio Nóbrega, a cantora Fernanda Takai e o filho de Rubinho, Davi Botelho, que canta em Conforme o vento.
“As participações deixaram meu disco mais rico e aberto. Quem ouvi-lo perceberá a evolução, mas sem sair dos trilhos”, comenta Rubinho. O álbum foi gravado entre maio e julho na capital mineira. Direção e arranjos ficaram a cargo dele e do violonista Fernando Rodrigues.
“No passado, sabia que minha música não agradava
comercialmente a rádios e gravadoras. Muita gente achava que era um trabalho
folclórico, mas essa é a característica de que mais gosto”, desabafa o
compositor mineiro. Com o tempo, veio a certeza de que ele queria mesmo compor
nessa linguagem. “O Antônio Nóbrega me ajudou a perceber, por meio de seus
discos, que era possível construir uma obra cantando as coisas da minha
região”, conta Rubinho.
Pequenos
Estrada não fará Rubinho deixar de lado sua produção voltada ao público infantil, iniciada em 1990 com Ser criança. O oitavo título do gênero já foi gravado e deve ser lançado em março. “Não procurei a música infantil; ela me procurou. De tanto ver a mesmice oferecida às crianças, resolvi fazer algo que refletisse a infância no interior, que era tão bonita”, explica.
Autoral, esse disco conta com cantigas de roda cujos versos registram
experiências de Rubinho com números e letras. “Não fiz isso para ser
pedagógico, mas porque acho engraçado mesmo”, completa. Seu álbum mais recente
dedicado às crianças é Arraiá do Rubinho (2009), que contempla o
universo das festas juninas. Por conta dessa discografia para baixinhos, o
artista tem o prazer de receber cartas elogiosas do Brasil inteiro.
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