Mais uma ação social foi realizada pelo Recivil para beneficiar as
pessoas carentes do estado de Minas Gerais que não têm acesso à documentação
civil básica. Trata-se do projeto “Mutirão da Cidadania” firmado no mês de
agosto entre o Recivil e a Sedese (Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Social), sob execução da Sete (Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego).
A lavradora Etelvina Alves Gomes Pereira aproveitou a presença do Recivil
na cidade de Comercinho para pedir a segunda via da certidão de seus 11 filhos
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As cidades de Vargem Grande do Rio Pardo, Curral de Dentro,
Comercinho, Divisa Alegre, Divisópolis, Mata Verde e Cachoeira do Pajeú,
localizadas na região norte do estado e no Vale do Jequitinhonha, foram as
primeiras a serem comtempladas com o “Mutirão da Cidadania”, entre os dias 28
de agosto e 4 de setembro.
O projeto totalizou em 783 atendimentos realizados pelo Recivil,
que resultaram em 758 pedidos de segundas vias de certidões, seis retificações
e quatro registros tardios. Durante o evento também foram expedidas 601
carteiras de trabalho pela Secretaria de Trabalho e Emprego e 991 carteiras de
identidade emitidas pelo Instituto de Identificação da Polícia Civil.
Quem aproveitou a ação foi Zita Rosa Santana de Jesus, moradora de
Comercinho. Ela compareceu à prefeitura municipal, onde estava sendo realizada
a ação, e conseguiu a segunda via das certidões dos 12 filhos, além da
retificação do registro de nascimento da filha Adaiana Alves Santana, cujo nome
materno estava incorreto.
No mesmo evento, a lavradora de 45 anos, Etelvina Alves Gomes
Pereira, também conseguiu a segunda via das certidões de nascimento de seus 11
filhos. “Fiquei muito satisfeita, porque se não fosse este projeto eu não teria
condições de conseguir as novas certidões para os meus filhos”, contou.
Um caso que chamou muita atenção da equipe de Projetos Sociais do
Recivil foi em Cachoeira de Pajeú. O lavrador Mareci Bispo dos Santos tem 50
anos, é semianalfabeto e nunca foi registrado. “Eu nunca tive uma carteira
assinada e só fiz uma consulta médica em toda a minha vida, porque usei o
documento de um amigo”, disse Mareci. O Recivil já deu andamento em seu
processo de registro tardio, solicitando as certidões negativas dos cartórios
próximos a Cachoeira de Pajeú e acompanhará o caso até que Mareci consiga
finalmente ser registrado e ter seus direitos garantidos.
Participação dos cartórios da região
Durante esta etapa do projeto Mutirão da Cidadania, o Recivil
contou com o apoio e a participação dos cartórios de registro civil das cidades
atendidas. Muitos moradores precisavam da certidão de nascimento ou casamento
para fazer a carteira de identidade e a carteira de trabalho, e a cópia da
certidão em bom estado era essencial. Por isso, à medida que os pedidos de
segundas vias de certidões iam chegando, o oficial já fazia a emissão.
População fez fila em frente ao Centro de Referência da Assistência Social
de Mata Verde aguardando atendimento
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O grande movimento surpreendeu a todos. “O evento foi muito
proveitoso. As pessoas gostaram muito, principalmente as da zona rural, que não
têm muito acesso aos documentos. O cartório ficou movimentado o dia todo. Se
fosse sempre assim eu tinha que contratar mais três funcionários”, disse rindo
o oficial de Comercinho, Sinval Gomes Ribeiro Filho.
Ela ainda solicitou que o projeto fosse realizado outras vezes.
“Vocês têm que vir mais vezes. O comentário que ouvi das pessoas é que de todos
gostaram muito desta oportunidade, porque nossa região é bem carente, de
difícil acesso. As pessoas que têm mais condições vão para outros municípios
para poderem tirar a carteira de identidade e a carteira de trabalho, mas os
que não têm condições ficam sem”, disse a oficiala de Vargem Grande do Rio
Pardo.
O oficial de Cachoeira de Pajeú, Mateus Alves de Sousa Nogueira,
recebeu muito bem a equipe do Recivil e também trabalhou na emissão das
certidões, assim como Uilson Gomes Amaral, titular do Ofício do Registro Civil
e Tabelionato de Notas de Curral de Dentro; a oficiala de Divisópolis, Alda da
Silva Otoni; e a oficiala de Divisa Alegre, Eliane Vitorina de Jesus.
“As pessoas fizeram uma
fila enorme em frente ao Cras (Centro de Referência da Assistência Social),
onde estava sendo feito o atendimento. Todo mundo aproveitou bastante, porque a
cidade é bem pequena, e muitas vezes as pessoas não têm este tipo de
oportunidade”, disse Aristides Marcel Costa Almeida, oficial de Mata Verde.
A próxima etapa do “Mutirão da Cidadania” está prevista para
acontecer ainda no mês de setembro, nos municípios de Jordânia, Salto da
Divisa, Santa Maria do Salto, Rubim, Rio do Pardo, Felisburgo e Machacalis. Em
outubro será a vez das cidades de Juvenília, Manga, Matias Cardoso e Jaíba.
O “Mutirão da Cidadania” faz parte do “Travessia”, que é um
programa estruturador do Governo de Minas e tem como objetivo melhorar a
qualidade de vida, diminuir a pobreza e incluir produtivamente populações
em situação de vulnerabilidade social. O convênio para execução do projeto foi
firmado após serem feitas duas etapas “piloto”, que aconteceram nos meses de
junho e julho, em 14 cidades da região norte do estado. Outras seis
etapas serão realizadas até fevereiro de 2013, atendendo ao todo 40 municípios,
como explicou a subsecretária de Projetos Especiais de Promoção Social de Minas
Gerais, Maria Albanita Roberta Lima.
1 comentários:
Triste realidade .............
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