Empresa já realizou concursos públicos
em várias cidades do Vale do Jequitinhonha. Só em 2012, Leme do Prado e Berilo contrataram
os serviços da empresa.
Polícia apreende gabaritos após denúncia de que apadrinhados do prefeito seriam aprovados |
Indícios de fraude no concurso público promovido pela
Prefeitura de Cabeceira Grande, cidadezinha do Noroeste de Minas com menos de
6.500 habitantes, a 651 Km
de Belo Horizonte, levaram à Justiça da comarca local determinar a apreensão
dos gabaritos das provas pela polícia.
A suspeita, de acordo com a ação do Ministério Público
Estadual (MPE), é a de que houve um acerto prévio entre o prefeito da cidade,
Antônio Nazaré Santana Melo (PSDB), e a empresa Magnus Auditores e Consultores
S/C, contratada para realizar o concurso, com o intuito de favorecer
apadrinhados políticos e aparentados do chefe do Executivo.
Com sede em Belo Horizonte , a
Magnus Auditores já é processada pelo MPE, também por suspeita de fraudes em
concursos públicos, nos municípios de Berilo, no Jequitinhonha e Mucuri, União de Minas, no Triângulo, e em Espera Feliz , na Zona
da Mata.
Nas duas primeiras cidades, segundo o MPE, a Justiça
suspendeu os concursos. Na terceira, o pedido de anulação ainda está sendo
apreciado pela Justiça.
O MPE tem indícios de que a fraude é feita por meio da
substituição dos cartões de resposta por outros. Dessa forma, os gabaritos
seriam adulterados pela empresa para garantir a aprovação. “Foi uma ação
preventiva para evitar qualquer tipo de manipulação no resultado das provas”,
explicou a promotora de Justiça Andrea Beatriz Barcelos, responsável pela
investigação.
O tucano Nazaré cumpre o segundo mandato consecutivo.
Desde o primeiro, o MPE pressiona o prefeito a fazer concurso público para
substituir os funcionários nomeados pela canetada do Executivo.
Em 2007, depois de firmar um Termo de Ajuste de Conduta
(TAC), o concurso foi realizado, tendo sido prorrogado o prazo de validade até
2011. Mesmo com o fim do prazo, o prefeito, em vez de fazer o concurso,
optou por contratações temporárias. Por causa disso, foi processado pelo MPE
por improbidade administrativa.
Só agora, no apagar das luzes do segundo mandato, o
concurso saiu do papel. Em entrevista gravada pelo telefone, o prefeito Antônio
Nazaré atribuiu a ação do MPE a um “desespero da oposição”.
“Foi tudo fiscalizado e nada de errado foi encontrado.
Concurso é mesmo uma questão polêmica. Está tudo na legalidade”,
sustentou. O Hoje em Dia tentou fazer contato com a Magnus Auditores,
via telefone e e-mail, mas não obteve sucesso.
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