sexta-feira, 9 de setembro de 2011

>> Água limpa à vista no Vale do Jequitinhonha


Reportagens do EM levam governo do estado a enviar ao Legislativo proposta de implantação de sistema de abastecimento e saneamento em comunidades com menos de 200 habitantes.
Araçuaí, Berilo, Francisco Badaró, Francisco Sá, Jenipapo de Minas, Luislândia, Mirabela, Novo Cruzeiro, São Francisco e Virgem da Lapa são atingidos. 












Moradores do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, podem respirar – digo, beber – aliviados. Depois da série de reportagens publicada pelo Estado de Minas em agosto, mostrando que a população da região mais pobre do estado ainda sofre com a falta de água tratada para consumo humano, o governo mineiro anunciou que a Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru) vai assumir o sistema de abastecimento de água e saneamento de comunidades com menos de 200 habitantes. Estas são algumas das mais prejudicadas pela falta de tratamento das águas. 

A Sedru encaminhou ao Legislativo também uma proposta de implantação de sistema de abastecimento nas comunidades rurais, dentro do projeto Mais Saúde para Todos, que leva água e esgotamento para regiões não incluídas na concessão da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e sua subsidiária, a Copanor. O cronograma prevê obras nos próximos dois anos para atendimento de 10 municípios, nos quais estão inseridas 29 comunidades. Na lista estão os locais visitados pela reportagem do EM no mês passado, quando foi mostrado o drama de centenas de mineiros à espera de água potável.

As 23 comunidades do Norte de Minas e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri retratadas pela reportagem não tinham água tratada para beber, cozinhar, dar banho nas crianças ou lavar roupa. A única opção para essas pessoas é recorrer a água salgada ou repleta de coliformes fecais. Isso porque eles usam água de rios em grande parte contaminados e, em alguns casos, a seca lhes tira até mesmo essa opção.

Relatório recebido pela Comissão de Participação Popular, que também visitou as áreas não assistidas, traz, por exemplo, previsão de atendimento às comunidades da Lagoa do Boi Morto, Lajinha e Narciso, em Araçuaí. O documento do governo descreve a situação atual em que falta abastecimento em Lajinha e existem fios d’água considerados “precários” e “sem condições para consumo humano”.

De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, Minas Gerais tem 827 mil domicílios sem rede geral de distribuição. Eles são atendidos por poços, nascentes, cisternas e caminhões-pipa. A Sedru cita estatística do IBGE segundo a qual cerca de 40% dos moradores em áreas urbanas e rurais estão excluídos dos serviços de abastecimento de água e 70% deles dos de coleta de esgoto, incluindo as fossas. A secretaria fixou um prazo de 24 meses para fornecer serviços como poço artesiano profundo, adutora de água, estação de tratamento, reservatório, redes de distribuição ou ligações domiciliares. “A obra será executada de acordo com a necessidade diagnosticada”, informa o relatório. 

Outro instrumento para assegurar o abastecimento dessas comunidades a longo prazo será a inclusão em um programa de saneamento básico no Plano Plurianual de Ação Governamental 2012-2015. A proposta será encaminhada este mês ao Legislativo e contará com a busca de parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). 

No relatório 
As situações detectadas

Falta de abastecimento
Fio d’água precário para abastecimento e sem condições para consumo humano
Poço artesiano insuficiente e complementação por caminhão-pipa
Poço perfurado, sem o restante dos equipamentosRepresas próprias ou fornecimento somente por caminhão-pipa

Municípios a serem atendidos no Norte de Minas e vales do Jequitinhonha e Mucuri
Araçuaí, Berilo, Francisco Badaró, Francisco Sá, Jenipapo de Minas, Luislândia, Mirabela, Novo Cruzeiro, São Francisco e Virgem da Lapa

As comunidades
Lagoa do Boi Morto, Laginha, Narciso, Engenho Velho/Cafundó, Água Limpa de Cima, Quilombolas, Ribeirão da Onça, Olhos d’Água, Araçá, Pocinhos, Picada Velha, Bela Vista, Martins, Funil, Água Nova/Morrinhos, Caraíbas II, Fazenda Capão, Estreito, Córrego da Baixa, Samambaia, Cabeceira do Ribeirão, Grota dos Ramos, Machadinha, Porto Velho, Buriti do Meio, Bom Jardim, Lagoa do Manga, Almas, Quilombolas. 


Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana (Sedru), via Estado de Minas

Sobre o Autor: Bernardo Vieira
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    Bernardo Vieira

    Sou mais um apaixonado pelo Vale do Jequitinhonha e suas riquezas. Venho, através deste blog, tentar expandir a cultura do vale, bem como trazer novidades e coisas úteis em geral. Formado em Administração pela UFLA - Universidade Federal de Lavras e Funcionário Público Estadual (TJMG). contato pelo email: nabeminasnovas@yahoo.com.br ou bernardominasnovas@hotmail.com.

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